Título: Pedido de vista
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Fonte: Correio Braziliense, 03/03/2010, Política, p. 4

O julgamento do governador de Rondônia, Ivo Cassol (PP), foi adiado mais uma vez. Ontem à noite, durante sessâo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Felix Fischer pediu vista ao processo justificando que queria mais tempo para analisar o recurso da Procuradoria-Geral da República (PGR) que pede a cassação do mandato do governador e de seu vice. Cassol é acusado de compra de votos nas eleições de 2006 e de ter coagido testemunhas a seu favor. O esquema, segundo o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF), envolvia vigilantes de uma empresa contratados como ¿formiguinhas¿ para trabalharem na campanha eleitoral. Segundo as investigações, 250 funcionários receberam R$ 100 cada.

O ministro Ricardo Lewandowski, que pediu vista em novembro, votou pela improcedência da ação. Para ele, não ficou comprovada a participação do governador no esquema. ¿Nenhuma das testemunhas teve diálogo presencial com ele¿, destacou. ¿Não encontro elementos probatórios sólidos que me permitam concluir que Ivo Cassol tivesse envolvimento com Japa (que teria coagido testemunhas a favor do governador) ou que tenha participado do modus operandi da Policia Civil. Todos esses fatos são também posteriores ao pleito¿.

A PF afirma que agentes da Polícia Civil fizeram rondas na porta da casa de testemunhas com o objetivo de amedrontá-las. O voto de Lewandowski seguiu o voto do relator, ministro Arnaldo Versiani, que já tinha se manifestado no primeiro julgamento. Já o presidente do TSE, Ayres Britto, se manifestou favorável a cassação do governador. O ministro chegou a ler trechos de escutas autorizadas pela Justiça envolvendo o nome do governador. Em seguida, a ministra Carmen Lúcia também votou pelo afastamento. Assim, a contagem ficou dois a um a favor da cassação. Ainda faltam votar os ministros Felix Fischer, Marcelo Ribeiro e Fernando Gonçalves. (AR)