Título: União estuda expansão da malha no NE
Autor: Francisco Góes
Fonte: Valor Econômico, 16/03/2005, Empresas &, p. B4

A construção da Nova Transnordestina, um dos maiores projetos de infra-estrutura do país, com investimentos estimados de R$ 4,5 bilhões, encontra-se sob análise no Ministério da Fazenda. O projeto foi encaminhado à área econômica depois de discussões entre o Ministério da Integração Nacional, a Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Esperamos que haja uma decisão rápida sobre o projeto até para definir se ele é viável", diz Pedro Brito, chefe de gabinete do ministro Ciro Gomes, na Integração Nacional. Brito antecipou, porém, posição de que o projeto só se tornará realidade se houver investimento privado majoritário. A idéia é de que os sócios privados da Nova Transnordestina detenham 51% do capital votante, ficando os restantes 49% nas mãos do governo. O modelo financeiro que está sendo proposto prevê aporte de capital dos sócios da CFN e de fundos de pensão, além de financiamentos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), cujo agente é o Banco do Nordeste (BNB), e do BNDES. Mas segundo fontes que participam das negociações ainda não está fechado o volume de recursos a ser colocado pelas duas instituições federais. O BNDES também deverá entrar como sócio por meio das opções a que tem direito via Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor). O banco direcionou R$ 250 milhões para a Transnordestina via Finor e poderá deslocar mais recursos. Uma fonte lembrou que para o banco aportar até R$ 1,5 bilhão em capital, conforme pretendido pelos sócios privados, seria necessário que a BNDESPar, o braço de participações do BNDES, desembolsasse recursos adicionais. O desenho da Nova Transnordestina prevê a recuperação da malha que sai do porto de Pecém, próximo de Fortaleza, rumo ao Sul do Ceará, e do trecho que parte do porto de Suape em direção a Salgueiro, no interior de Pernambuco. Em Salgueiro, esses dois trechos, que também incluem construção de linha nova, se encontrariam. Dali seria construída uma nova malha, com cerca de 800 quilômetros até Eliseu Martins, no Piauí. Essa ligação é importante para permitir o escoamento de grãos do Oeste da Bahia, do Sudeste do Maranhão e Sudoeste do Piauí. A produção de soja e milho na área de influência da Nova Transnordestina poderá atingir 16,3 milhões de toneladas em 2010/11. (FG)