Título: Petrobras mantém curso próprio de especialização para quadro técnico
Autor: Heloisa Magalhães
Fonte: Valor Econômico, 30/03/2005, Internacional, p. A17

A média de idade dos 1.635 engenheiros de petróleo da Petrobras está entre 40 e 50 anos, mas a razão da faixa etária elevada é diferente do cenário das grandes multinacionais no exterior, onde há falta de profissionais. No Brasil, o interesse em ingressar na estatal é enorme, mas a companhia ficou sem permissão do governo federal para fazer novas contratações por 12 anos, o que acabou elevando a média de idade, diz o gerente-executivo de recursos humanos da Petrobras, Heitor Chagas de Oliveira. Em 2001, a empresa voltou a realizar concursos de admissão. A sistemática é aceitar engenheiros com qualquer formação. Os aprovados passam por especialização na chamada Universidade Petrobras, com campus em Taquipe (Bahia) e presença no Rio de Janeiro e em São Paulo. Para os engenheiros de petróleo, o curso é de 12 meses. Em 2004, as empresas que compõem o sistema Petrobras gastaram R$ 274,6 milhões com capacitação de empregados. Estão aí incluídas a própria Petrobras, além da Transpetro, Petrobras Distribuidora e subsidiárias no exterior. No concurso realizado no ano passado, inscreveram-se 40 mil pessoas com formação superior, cerca de 30 mil voltados para a área de petróleo, como exploração, produção e geologia. No total, foram admitidos 1.165 engenheiros para atuar diretamente na atividade. Segundo Oliveira, a equipe técnica da Petrobras pode até estar sendo mais assediada pelas concorrentes com a abertura no mercado, mas o percentual dos que deixam a empresa é muito baixo. Ele diz que o funcionário da Petrobras se prepara para fazer carreira na companhia e que são muitos os cursos ministrados. A filosofia é de educação continuada. Os profissionais acompanham tecnologias de ponta e qualquer funcionário de nível superior passa por curso de formação de 6 meses para entender a atividade petrolífera. Hoje há em formação na Universidade Petrobras 562 pessoas com formação superior. São 169 engenheiros de petróleo, 31 geólogos, 61 engenheiros mecânicos, 37 engenheiros de processos, entre outros. Em 2000, o sistema Petrobras tinha 38,9 mil empregados. Em 2002, o número saltou para 40.395 e em 2004 eram 52.037 . A área de exploração e produção absorve 33% da força de trabalho; abastecimento 22%; corporativa e de apoio, 14%; pesquisa e desenvolvimento, 3%; suporte à direção superior, 1%; subsidiárias, 13%; gás e energia, 2%; atuação no exterior, 11%, e a área internacional no país, 1%.