Título: Jucá explicou-se ao governo antes de ser nomeado
Autor: Maria Lúcia Delgado
Fonte: Valor Econômico, 29/03/2005, Política, p. A10
Antes de ser nomeado ministro da Previdência, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) teve que apresentar ao governo explicações sobre todas as denúncias que envolviam seu nome. Um delas diz respeito ao empréstimo feito junto ao Banco da Amazônia (Basa), para a empresa Frangonorte, da qual era proprietário. Jucá foi avalista da operação e seu sócio, na época, Luiz Carlos Fernandes de Oliveira, deu como garantia sete fazendas inexistentes. Segundo fontes consultadas pelo Valor, o governo entendeu que, neste caso, trata-se de uma questão empresarial. "A preocupação do governo era se havia denúncias de corrupção política contra ele. Esse caso é empresarial, não deve ser misturado com política", disse um correligionário de Jucá. "O ministro prestará todos os esclarecimentos relacionados com as notícias veiculadas", limitou-se a comentar o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo. Segundo o líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), a imprensa está cometendo uma injustiça contra Romero Jucá, porque o fato mencionado não tem "nenhuma relação com o comportamento político do ministro". "Foi um erro do banco, que exigiu bens como garantia e aceitou de um terceiro, que não o fiador", argumentou Suassuna. Segundo o pemedebista, o erro, no caso, foi do Basa. Segundo um assessor do presidente, as denúncias publicadas nos últimos dias não abalaram a situação de Jucá no governo. "Foi perfeitamente entendida a explicação dele", atestou um interlocutor de Lula. (Colaborou Cristiano Romero)