Título: Demanda volta a crescer em março na petroquímica
Autor: Vera Saavedra Durão
Fonte: Valor Econômico, 07/04/2005, Brasil, p. A10

A indústria petroquímica desacelerou nos dois primeiros meses do ano, mas conseguiu frear a tendência em março, segundo grandes produtores de resinas. A continuidade da recuperação do ritmo da atividade é esperada para os próximos meses, embora existam riscos relacionados à alta dos preços das matérias-primas, principalmente da nafta. A commodity está sendo vendida a US$ 480 por tonelada, seu maior valor da história. "Os números não estão fechados, mas março pareceu ser tão bom quanto os meses de setembro e outubro (os melhores de 2004)", disse Roberto Garcia, presidente da Unipar, que controla a Petroquímica União e a Polietilenos União. Depois de um longo declínio, a indústria petroquímica registrou seu melhor desempenho no ano passado mesmo com os sucessivos aumentos da matéria-prima. Com a baixa do preço do petróleo no fim do ano, os produtores queimaram seus estoques diante de uma expectativa não-realizada de nova redução dos preços. Pelo contrário. Em meados de fevereiro, o petróleo voltou a subir, eliminando quaisquer tendência de queda do petróleo. Os produtores voltaram às compras em março. "Os sinais que temos é que o mês passado permitiu uma recuperação dos meses de janeiro e fevereiro", disse o diretor comercial da Politeno, Henrique Lewi. "O mês de janeiro foi estável. Em fevereiro, houve um crescimento de 5% sobre o mês anterior e, em março, a alta foi de 10% sobre fevereiro", disse Lewi. Os executivos do setor acreditam que o ano continuará crescendo, embora não registrando as mesmas taxas do ano passado quando a economia evoluiu 5%. "Com a previsão de crescimento do PIB de 3,5%, as vendas de poliestireno vão crescer algo entre 5% e 6% neste ano", disse o gerente comercial da Innova, Gustavo Vargas de Oliveira.