Título: Ajuda à América Latina e África
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 04/03/2010, Mundo, p. 30

Se a questão iraniana mostrou as divergências entre Brasil e EUA, a situação no Haiti, no Chile e na África permitiu com que Hillary Clinton e o chanceler Celso Amorim acertassem os ponteiros. Os dois assinaram memorandos de entendimento nas áreas de mudança climática, questões de gênero (promoção dos direitos das mulheres) e cooperação com terceiros países ¿ para incentivar o desenvolvimento da África e da América Latina. Sobre Haiti e Chile, Hillary afirmou que ¿precisam de socorro em tempos de crise¿, e que a ajuda a ambos deve ser mantida e aumentada.

A secretária reconheceu os progressos de Honduras a favor da democracia, com a eleição do presidente Porfirio Lobo. ¿Queremos trabalhar com o Brasil para o retorno (de Honduras) à Organização dos Estados Americanos (OEA)¿, disse. Amorim ponderou que ¿um golpe de Estado (como o que derrubou Manuel Zelaya, em 28 de junho) não é uma coisa que possa ser facilmente absolvida¿, mas acenou que ¿um fato muito simbólico seria a criação de condições¿ para o retorno seguro de Zelaya ao país.

Hillary e Amorim também opinaram que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, deveria ¿olhar mais para o sul¿. Questionada por um jornalista americano, a visitante reiterou que seu governo ¿não está envolvido em nenhuma atividade para prejudicar a Venezuela¿, e qualificou como ¿improdutivas¿ as repetidas acusações de Chávez contra os EUA. Para ela, o governo de Caracas deveria seguir o exemplo do Brasil e do Chile, países que ela considera bem-sucedidos e respeitadores da liberdade de expressão. Chávez acusa os EUA de terem ¿plantado¿ as denúncias da Justiça espanhola sobre um suposto apoio de seu governo ao grupos terrorista basco ETA e às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).