Título: Previsão de inflação é mantida
Autor: Alex Ribeiro De Brasília
Fonte: Valor Econômico, 05/10/2004, Brasil, p. A-2

As projeções medianas dos analistas econômicos para a inflação de 2005 mantiveram-se inalteradas em 5,8% pela segunda semana seguida. Mas os índices de inflação da pesquisa semanal de mercado do Banco Central, feita com cerca de cem analistas, ainda não apontam uma tendência clara de convergência para a meta de 5,1% que será perseguida pelo BC em 2005. De um lado, por exemplo, a média das expectativas para 2005 subiu de 5,84% para 5,87% no período. De outro, o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) projetado para 2004 sofreu um ligeiro recuo, de 7,34% para 7,31%. A inflação de 2004 contamina a de 2005 por meio de mecanismos de inércia. A projeção mediana dos chamados Top 5 para 2005 - grupo de cinco analistas que mais acertam nas previsões de médio prazo - chegou a cair. Quando são considerados os Top 5 de curto prazo, o índice esperado subiu de 5,8% para 5,9%. A alta mediana projetada para as tarifas públicas em 2005 recuou de 7,1% para 7%. O mercado também reviu sua expectativa para a taxa de câmbio no final de 2005, de R$ 3,17 pra R$ 3,15. O dólar mais baixo favorece o recuo da inflação. A contínua alta das expectativas de inflação foi apontada pelo BC, em seus documentos oficiais, como um risco relevante ao comprimento da meta estabelecida para o próximo ano. Expectativas mais elevadas, argumenta o BC, têm alguns reflexos negativos na economia, como aumentar a inflação corrente, já que os agentes econômicos se tornam mais tolerantes em aceitar reajustes maiores porque sabem de antemão que serão corroídos pela inflação futura.