Título: Tasso vê paulista como opção do PSDB para 2006
Autor: César Felício De São Paulo
Fonte: Valor Econômico, 05/10/2004, Especial, p. A-16

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sai "extremamente fortalecido" dentro do PSDB após essas eleições municipais". A avaliação é do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que ao lado de Alckmin e Aécio Neves, governador de Minas Gerais, aparece como uma opção do partido para a disputa presidencial de 2006. "Não há dúvida de que a campanha mais bonita foi em São Paulo", afirmou. A ida de José Serra para o segundo turno com vantagem significativa em relação a Marta Suplicy, acrescenta o senador, já é uma vitória para o PSDB, e boa parte do mérito se deve ao governador do Estado. Para Tasso, se o PSDB decidir que Alckmin é a melhor opção para a próxima disputa, a campanha presidencial de 2006, o partido fica unificado em torno do nome do paulista. Apesar de reticente para falar sobre a hipótese de sua própria candidatura, Tasso Jereissati não a descarta, desde que seja um movimento espontâneo no partido. "O PSDB sai credenciado a ter claramente uma forte candidatura à sucessão presidencial. Não tenho dúvida nenhuma disso", afirma. Apesar de amargar uma "certa ressaca" com a derrota na eleição em Fortaleza - o PSDB terminou a disputa no primeiro turno em quarto lugar -, Tasso Jereissati comemorou os resultados no Estado. De 109 prefeituras, o PSDB passa a ter 72. O partido, além disso, governará, ao lado de aliados - PV, PP, PRB e PTB - 100 municípios entre os 184 do Estado, pelos cálculos do senador. "Das dez cidades mais importantes do Ceará, nós estamos em cinco. Das 20, nós estamos em dez", explica. Os tucanos elegeram os prefeitos de Juazeiro do Norte, Crato e Iguatu. O PPS ficou com Sobral, o PL com Maracanaú, e o PMDB com Caucaia. Essas são as cidades mais importantes do Estado. "Acho que no Estado o PSDB se saiu muito bem, melhor até do que eu esperava. É a primeira vez que fazemos as contas de prefeituras sem o PPS", disse Tasso. O senador deixou claro que vai permanecer neutro na disputa em Fortaleza no segundo turno. "Me preocupa que na capital haverá uma disputa entre a extrema direita e a extrema esquerda. Não gostaria que a cidade tivesse que fazer essa opção. Não gosto dessa alternativa, mas faz parte da democracia", disse ele. O crescimento do PT na capital, segundo Tasso Jereissati, abre espaço para que o partido comece a traçar planos para disputar o governo do Estado, o que até então não estava colocado no cenário. "Enquanto havia uma grande probabilidade de uma aliança no Ceará entre os aliados que sustentam o governo federal, com esse PT que se elegeu ai só há candidatura se eles forem na cabeça de chapa. Mas ainda tem muito chão, muita coisa pode acontecer", disse o tucano. Confirmando as expectativas do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, o PPS se firma como a segunda maior força política no Ceará. O partido elegeu 39 prefeituras. Já o PMDB, dividido entre o prefeito de Fortaleza Juraci Magalhães e o ministro Eunício Oliveira (Comunicações) elegeu 20 prefeitos. O PT, que tinha só três prefeituras, conseguiu eleger 10 prefeitos, e o PFL só cinco.