Título: Disque Light atende grandes consumidores corporativos
Autor: Leila Coimbra
Fonte: Valor Econômico, 05/10/2004, Empresas - Infra Estrutura, p. B-6

A Light ainda não perdeu nenhum dos seus 29 grandes clientes corporativos, mas já trabalha numa estratégia para "procurá-los e segurá-los na companhia", buscando propostas negociais capazes de atrair sua fidelização, já que pelo novo modelo do setor elétrico eles são potencialmente livres, declarou o diretor-financeiro da companhia, Paulo Roberto Pinto. Antes mesmo da vigência das novas regras, a distribuidora carioca já tinha criado dentro da diretoria de distribuição uma superintendência de grandes clientes para este segmento. A Light conta com endereço eletrônico exclusivo e até mesmo com um Disque Light para esta clientela de elite. Mesmo com a criação da superintendência, a Light perdeu duas contas: da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e da Valesul, consumidoras intensivas que passaram a ter geração própria e agora só pagam pelo uso do fio de transmissão da distribuidora. Pinto considera que o espírito do modelo com consumidor potencial livre visa criar ambiente de competitividade, inclusive com a própria estatal geradora, que passa a disputar cliente com as distribuidoras se ela tiver energia sobrando, como no caso de Furnas. "O assunto é novo e tem de ser tratado com o maior cuidado. Temos de buscar as vantagens que a Light pode oferecer para aqueles que permanecerem dentro do nosso sistema. A pior hipótese é o cliente passar a usar só o meu fio. Por isso estamos pensando em sermos também comercializador da energia para o grande cliente, o que para ele também é interessante. O fato dele deixar de ser cativo não é o principal. O importante é ele continuar dentro do sistema Light, seja como cativo ou atrelado a nossa comercializadora", disse. Mas, a Light ainda não fez nenhum contrato desse tipo. A empresa acabou de enviar ao Ministério das Minas e Energia o perfil do seu mercado cativo, que inclui previsão de vendas e necessidade de compra. Com os dados das distribuidoras, o ministério vai entrar agora num processo de preparação para o primeiro leilão de energia, prevê o diretor da Light. O governo vai fazer a consolidação da oferta e da demanda de energia para estabelecer o leilão. "O governo vai procurar dar um certo equilíbrio para os lances dos participantes do leilão para ter condições de executá-lo, já que há uma oferta grande por parte das grandes geradoras estatais. Hoje há um excesso de 55 mil GigaWatt de energia sobrando para ser leiloada", observou o diretor financeiro da Light.