Título: Novos gestores aguardam sinal verde da Justiça para implementar mudanças
Autor: Catherine Vieira
Fonte: Valor Econômico, 14/04/2005, Empresas &, p. B1

Os representantes do Citigroup e dos fundos de pensão estiveram reunidos ontem à tarde e mantiveram a decisão de aguardar a solução jurídica para a liminar obtida pela Brasil Telecom em Brasília. Eles decidiram também aguardar a publicação da decisão da Anatel para poder iniciar as convocações das assembléias que deverão abrir o processo de troca de administradores nas empresas da carteira, como a Brasil Telecom, Telemig Celular e Tele Norte Celular. Segundo Alberto Guth, da Angra Partners, a intenção é de que isso possa ser feito em menor tempo possível. No entanto, esse processo deverá ser longo, pois há várias empresas veículo até que se chegue às companhias propriamente ditas. Além disso, é esperado que o Opportunity tente dificultar o processo, seja por entraves nas convocações de assembléias ou por meio de batalhas na Justiça. Um dos movimentos que o Opportunity deverá adotar será o de contestar a Anatel por não ter aberto processo administrativo para que as partes se pronunciassem e ter optado por levar diretamente ao conselho a questão em torno da troca de controle. A alegação é a de que antes de tomar uma decisão dessa magnitude, o conselho deveria chamar as partes e ouví-las, o que não foi feito. O Opportunity pode entrar com ação ou medida cautelar no Ministério Público ou mesmo um mandado de segurança. A intenção é suspender a decisão do órgão regulador, antes da reunião do conselho de administração da BrT prevista para acontecer em 29 de abril. Caso não obtenha a suspensão, o novo gestor poderá pedir a mudança dos conselheiros. Mas tudo isso tem um risco, a estratégia do Opportunity de ganhar tempo via Justiça pode vir a gerar uma intervenção da Anatel na BrT e nas celulares. Vale lembrar que a BrT é uma concessão e um caso semelhante aconteceu na CRT Celular, no Rio Grande do Sul, na época do impasse em torno da venda pela Telefônica para a TIM. O banco também aposta no acordo de acionistas do Opportunity Zaim. Fontes próximas alegam que o Opportunity tem um documento no qual o Citi concorda que continue como gestor mesmo sem ter as cotas.