Título: Regras duras para classificar o trigo
Autor: Mauro Zanatta
Fonte: Valor Econômico, 14/04/2005, Agronegócios, p. B11

O Ministério da Agricultura está concluindo o regulamento técnico que identifica e classifica a farinha de trigo e pré-misturas que são comercializadas no mercado interno e as que também são importadas pelo país. A minuta da reunião realizada com representantes da cadeia de trigo, na terça-feira, sobre os últimos detalhes da regulamentação técnica da classificação do produto, deverá ser encaminhada para a consultoria jurídica do ministério no início da próxima semana, disse Fernando Guido Penariol, fiscal federal agropecuário do ministério. O próximo passo, segundo Penariol, será a publicação da instrução normativa com a nova regulamentação. Atualmente, a regulamentação segue o padrão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que classifica as farinhas de trigo em duas categorias: comum e especial. A nova regulamentação terá três tipos de classificação para farinhas de trigo: tipo um, tipo dois e integral. "Cada uma delas tem especificações distintas de teor protéico e de cinzas (minerais), além de impurezas e umidade", disse Penariol. Segundo Ricardo Ferraz, diretor da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), toda farinha de trigo e pré-misturas passam a ter classificações técnicas mais detalhadas. "A regulamentação mais criteriosa é um avanço positivo para o setor, o que permite também tornar os dados mais transparentes para a sociedade." Para as indústrias, outro ponto importante para o setor é que a regulamentação passa a classificar os produtos importados. As indústrias brasileiras reclamam que os argentinos exportam farinha de trigo com adição de sal como se fosse pré-mistura ao Brasil para pagar alíquota de exportação mais baixa. Nos próximos dias, a Abitrigo deverá encaminhar um documento ao Ministério de Indústria e Comércio exigindo salvaguardas para a entrada do produto argentino.