Título: País deve receber US$ 17 bi
Autor: Tatiana Bautzer
Fonte: Valor Econômico, 05/10/2004, Finanças, p. C-8

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, discorda de quem está prevendo um ingresso entre US$ 8 bilhões e US$ 11 bilhões no país este ano em investimento estrangeiro. Segundo ele, o Banco Central mantém a previsão de US$ 17 bilhões de ingressos para este ano. Meirelles afirma que a diferença se deve a "informações que o BC tem que os bancos privados não têm". As instituições financeiras prevêem um investimento direto líquido de cerca de US$ 10 bilhões este ano no Brasil. O presidente do Banco Central afirma que vê com tranqüilidade os alertas de vários analistas que dizem que o Brasil não pode se tornar complacente depois da série de elogios recebidos da comunidade internacional durante as reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, e que deve prosseguir com a agenda de reformas. "Acho que este governo tem demonstrado uma política econômica sólida e também que não estamos preocupados apenas com o curto prazo", afirma Meirelles. O secretário do Tesouro, Joaquim Levy, disse ter recebido várias sugestões de investidores sobre emissões de títulos no mercado externo durante as reuniões que manteve com bancos ao longo do fim de semana. Levy, entretanto, preferiu não confirmar os rumores de que o Brasil faria uma emissão antecipando necessidades de financiamento do ano que vem (cerca de US$ 6 bilhões em 2005). Entre as sugestões recebidas pelo governo brasileiro está a emissão de papéis que seriam usados para fazer "swaps" com títulos hoje negociados no mercado secundário. "Recebemos muitas sugestões e às vezes demora uma ou três semanas para analisar se a idéia é boa." O secretário do Tesouro disse apenas que o governo está "atento" às condições de mercado. "As condições estão favoráveis, mas não sei se elas indicam a possibilidade de um pré-financiamento", afirmou. Levy não descarta a possibilidade de acessar novamente o mercado em euros, mas diz que o governo brasileiro continuará fazendo um trabalho de ampliação da base de investidores em papéis do país. Na Ásia, por exemplo, vários investidores já estão aumentando o interesse por papéis da República e de empresas privadas.(T.B.)