Título: Câmbio abre e fecha vagas na indústria
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 18/04/2005, Brasil, p. A9

Os setores voltados à exportação foram os principais responsáveis pelo crescimento de 2,8% no emprego industrial em fevereiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de empregados na fabricação de meios de transporte (basicamente automóveis) cresceu 14,2% no período. No setor de máquinas e equipamentos, a alta foi de 9,5%. Os ramos voltados para o mercado doméstico e com exportação de menor valor agregado puxaram o índice para baixo. Houve redução de pessoal nas indústrias de fumo (-8,4%), calçados e couro (-6,7%) e vestuário (-3,4%). Na comparação com janeiro passado, segundo cálculo livre de influências temporais, o nível de emprego industrial recuou 0,1%. No entanto, no acumulado dos últimos 12 meses, esse indicador mostrou alta de 2,5%. No primeiro bimestre, a elevação chega a 3%. Em termos regionais, os melhores desempenhos no nível de emprego durante o bimestre janeiro-fevereiro foram observados nos Estados de São Paulo (2,7%), Minas Gerais (5,1%) e Paraná (6,1%). Em contrapartida, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul foram as únicas regiões com retração no emprego de 1,9% e 0,5%, respectivamente. Entre fevereiro de 2005 e igual mês em 2004, o crescimento de 2,8% no emprego decorreu, principalmente, dos bons resultados verificados em São Paulo (3,0%) e Minas Gerais (4,9%). Na indústria paulista, os setores de máquinas e equipamentos (13,5%) e meios de transporte (15,2%) foram os destaques. Já na indústria mineira, os segmentos mais expressivos foram produtos de metal (33,4%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (17,0%). As principais pressões negativas vieram das indústrias do Rio Grande do Sul (-2,7%), em conseqüência da queda expressiva do setor de calçados e artigos de couros (-15,0%), e do Pernambuco (-2,5%), em razão, principalmente, da redução do emprego em alimentos e bebidas (-12,7%). A massa salarial cresceu. A folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria avançou 0,7% entre janeiro e fevereiro. Em relação a fevereiro de 2004, o incremento foi de 2,1% e, no primeiro bimestre, de 3,1%. O indicador de média móvel trimestral mostra trajetória ascendente na folha de pagamento da indústria, com 3,5% de alta entre os trimestres terminados em fevereiro e janeiro. Já o número de horas pagas subiu 1,4% entre janeiro e fevereiro. Na comparação com igual período de 2004 houve aumento de 1,8%. Os crescimentos mais expressivos foram em alimentos e bebidas (6,2%), máquinas e equipamentos (8,9%) e meios de transporte (10,6%). (Agências noticiosas)