Título: CST tenta exportar aço sem sobretaxa
Autor: Ivo Ribeiro
Fonte: Valor Econômico, 18/04/2005, Empresas &, p. B8

A Cia. Siderúrgica de Tubarão (CST) vai lutar no departamento de comércio dos Estados Unidos (ITC) para conseguir exportar laminado a quente ao mercado local sem sobretaxa antidumping, disse José Armando de Figueiredo Campos, presidente da CST e do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS). "Entramos este ano com pedido de revisão administrativa no ITC, argumentando que a CST não era produtora desse aço quando impuseram as sobretaxas em 1999." Na quinta-feira, o governo americano decidiu manter por mais cinco anos as sobretaxas antidumping e de subsídios para este tipo de aço importado do Brasil, Rússia e Japão. O Brasil exportava na época cerca de 400 mil toneladas por ano. Segundo Campos, está previsto no próprio órgão de comércio dos EUA que uma fabricante como a CST, enquadrada na categoria "outros", pode entrar no mercado depois do processo. "O processo está em curso, já recebemos visitas técnicas de funcionários do ITC e tem uma nova prevista para junho. Esperamos já no segundo semestre iniciar a exportação", afirmou. A expectativa é de uma sobretaxa zero em antidumping - pois não era produtora na época - e ficar enquadrada entre 6% a 9% na alíquota de subsídio. Este ano, a CST prevê exportar cerca de 500 mil toneladas de laminados a quente para Europa e Ásia. "Poderíamos remanejar parte dessa produção para os EUA", disse. A tonelada do produto é vendida na faixa de US$ 560 (Fob Brasil). Para Campos, a decisão do governo americano de manter as sobretaxas "foi truculenta". Ele disse que "houve um excesso de zelo para com a indústria do aço local, que já se ajustou com a recuperação de preços e aumento da demanda no mundo e com a reorganização operacional, financeira e societária da maioria." A seu ver, se já era injusto na decisão de 1999, é muito mais agora que o cenário do setor é muito diferente. Além do mais, lembrou, o Brasil tinha posição insignificante nos embarques para os EUA ante o volume total importado. "A grande parte era e ainda é de produto semi-acabado", informou Campos. Ele disse que alertou o governo brasileiro sobre essa decisão dos EUA, antes da Camex decidir reduzir a zero alíquotas de importação de aços. "O governo não escutou, foi precipitado e tomou uma decisão errada, sem qualquer negociação. E ainda ameaça impor regras para os aços longos", afirmou