Título: Fogaça sai à frente nas alianças e PT apela a Simon
Autor: César Felício
Fonte: Valor Econômico, 06/10/2004, Política, p. A-7

O candidato do PPS à Prefeitura de Porto Alegre, José Fogaça, saiu na frente do adversário Raul Pont (PT) e anunciou ontem as primeiras alianças para o segundo turno, com o PDT, o PMDB e o PP, que receberam, juntos, 20,04% dos votos válidos para prefeito no primeiro turno. O desempenho dos três partidos equivale ao dobro da vantagem alcançada domingo pelo petista, que nas pesquisas feitas até agora para a segunda rodada de votação ostenta uma margem apertada sobre Fogaça, inferior a cinco pontos percentuais. Segundo o deputado estadual e presidente municipal do PPS, Cezar Busatto, o acordo com o PDT incluiu a incorporação, no programa de Fogaça, da proposta de implantação de escolas em tempo integral e a garantia de que não haverá privatizações de empresas municipais. Ainda não foram definidos os pontos dos programas do PP e do PMDB que serão adotados pelo PPS. Busatto afirmou também que a participação dos novos aliados no eventual governo não foi discutida. "Isso só será decidido pelo prefeito depois da eleição", disse. O próprio governador do Estado, Germano Rigotto, do PMDB, receberá Fogaça às 14h de hoje no Palácio Piratini. Conforme o presidente do diretório municipal do partido, Luiz Fernando Zachia, ele vai comunicar oficialmente ao candidato a decisão do diretório do partido. O PFL, o PTB e o PSDB devem definir suas posições até amanhã, mas também pendem para o lado do PPS. Ontem, em Brasília, o ministro da Educação, Tarso Genro, do PT, chegou a visitar o senador gaúcho Pedro Simon, do PMDB, para "lembrá-lo" que os pemedebistas ocuparam a Secretaria de Captação de Recursos na sua administração na cidade, de 1993 a 1996. "Há terreno de aproximação entre lideranças progressistas do PMDB e a nossa candidatura em Porto Alegre", disse. O ministro afirmou que o encontro não significava uma tentativa de "cooptação" do PMDB, mas admitiu que uma posição favorável de Simon permitiria que as "amplas bases do PMDB fiquem mais liberadas para votar". A aproximação com líderes e até com as bases dos partidos que disputaram o primeiro turno é a estratégia do PT para tentar compensar a falta de apoio das cúpulas partidárias. O partido ainda espera adesão do PSB, um tradicional aliado que concorreu sozinho este ano. Conforme o presidente municipal petista, Valdir Bohn Gass, a coordenação de campanha de Pont pediu a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno em Porto Alegre.