Título: Alckmin e Aécio controlam 39% dos prefeitos tucanos
Autor: César Felício
Fonte: Valor Econômico, 06/10/2004, Política, p. A-7

O PSDB reforçou o peso paulista em sua base municipal. Em uma eleição onde o partido caiu de 991 prefeituras para 861 em todo país, a quantidade de municípios da sigla em São Paulo, onde o governador é o tucano Geraldo Alckmin, passou de 178 para 190. O cálculo ainda exclui a capital, onde o partido poderá pela primeira vez eleger um prefeito, com a ida de José Serra para o segundo turno, e outras sete cidades do interior onde a legenda disputa a segunda rodada. Minas Gerais, governada pelo tucano Aécio Neves, também subiu sua participação relativa. O número de prefeitos cresceu de 136 para 150, com possibilidade de elevar-se caso o partido se saia bem no segundo turno em Juiz de Fora e Contagem. Juntos, o governador paulista e o mineiro influem sobre 39,4% dos prefeitos do partido. Há quatro anos, eram dos dois Estados 31,6% dos municípios tucanos. O PSDB avançou ainda em Goiás, outro Estado governado por um tucano, Marconi Perillo. Apesar de estar fora do segundo turno em Goiânia e Anápolis e não ter obtido sucesso em outras grandes cidades, o número de prefeituras tucanas passou de 63 em 2000 para 89 com a eleição do dia 3 de outubro. Já no Ceará do governador tucano Lúcio Alcântara, a lógica se inverteu. O PSDB caiu de 83 prefeitos eleitos em 2000 para 70 este ano. Quem cresceu no Estado foi o PPS do ex-governador e ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, que subiu de 17 para 38 prefeituras. Apesar do recuo, este ano foi o primeiro em que o partido disputou de maneira competitiva a eleição em Fortaleza, a capital do Estado, onde não conseguia entrar desde 1992. A perda de oxigênio aconteceu com mais intensidade em um Estado onde o PSDB perdeu o mando político em 2002. Em Mato Grosso, onde o partido elegera 54 prefeitos em 2000, o número de prefeituras caiu para seis, podendo subir para sete caso o tucano Wilson Santos ganhe em Cuiabá e faça o partido sobreviver no Estado. O PMDB se manteve como a principal sigla do Brasil em número de prefeituras, concentrando suas principais bases em Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Em Minas, o partido elegeu 142 prefeitos e é a maior representação do Estado. No Rio Grande do Sul, o PMDB também se tornou a legenda dominante, ao eleger prefeitos em 136 cidades. Em termos relativos, o melhor desempenho do PMDB quando se toma como critério o número de prefeituras conquistadas foi no Rio de Janeiro. No Estado, o partido elegeu prefeitos em 40 das 92 cidades e ainda disputa o segundo turno em três delas. A derrota na capital, em São Gonçalo e em Niterói, contudo, empanou o brilho do desempenho do ex-governador Anthony Garotinho como comandante partidário. O partido permaneceu como a principal sigla de outros dois Estados onde governa, Santa Catarina e Paraná. No primeiro, elegeu 115 prefeitos. No segundo, foram 120. Mas o quadro mostra uma grande concentração nas cidades pequenas. Em Santa Catarina, o partido ganhou apenas uma cidade entre os 14 maiores colégios eleitorais. (CF)