Título: Rigotto apóia Fogaça e isola Pont em Porto Alegre
Autor: Sérgio Bueno
Fonte: Valor Econômico, 07/10/2004, Política, p. A-7

O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, do PMDB, anunciou ontem seu apoio à candidatura do ex-senador José Fogaça (PPS), que disputa o segundo turno da eleição em Porto Alegre contra o deputado estadual Raul Pont (PT). Ele não pretende subir no palanque para não "misturar questões administrativas com eleitorais", mas admite gravar manifestações para o programa gratuito do candidato no rádio e na TV. "Há limites na atuação do governador", comentou Rigotto ao lado de Fogaça. Ele declarou o apoio depois que o PMDB, assim como o PDT, o PP e o PV, decidiu reforçar formalmente a campanha de Fogaça, anteontem à noite. Ele não votará no ex-senador porque seu título eleitoral é de Caxias do Sul, onde seu candidato é o deputado federal José Ivo Sartori (PMDB), que disputa o segundo turno contra a atual prefeita Marisa Formolo (PT). A posição de Rigotto aumenta o isolamento da Frente Popular (PT, PCdoB, PCB, PL, PSL, PMN e PTN). A coligação deposita agora as esperanças de apoio no tradicional aliado PSB, que concorreu coligado com o PSC no primeiro turno e ainda não definiu se estará ao lado de Pont no segundo, e nas bases de partidos como o PMDB, o PDT e do PTB, que concorre junto com o PPS. O petista participa hoje de uma reunião entre os candidatos do PT que disputam o segundo turno no país com a direção nacional do partido, em São Paulo. No encontro poderá ser definida uma "agenda" para a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas cidades, disse o coordenador da campanha, Valdir Bohn Gass. Rigotto anunciou o apoio a Fogaça logo após audiência com o ministro da Previdência, Amir Lando, do PMDB, que prometeu acelerar o pagamento dos créditos reclamados pelo Estado relativos a servidores que contribuíram parte da vida ativa ao INSS e se aposentaram no serviço público. Segundo ele, a intenção é concluir os 23 mil processos pendentes este ano, o que representa cerca de R$ 120 milhões para o Rio Grande do Sul. Desde o início do ano já foram liberados pouco mais de R$ 100 milhões relativos a outros 37 mil processos. Lando negou que tenha tentado demover Rigotto de apoiar o adversário do candidato do PT, mas defendeu o pacto de "não-agressão" entre partidos aliados proposto pelo presidente nacional do PT, José Genoino. "Faz parte do convívio civilizado na política; democracia é um confronto de idéias, não um confronto de pessoas nem um teatro de luta". O governador gaúcho disse ainda que sua posição não era uma resposta à falta de atendimento do governo federal aos pedidos dos Estados. O apoio, explicou, é fruto da afinidade com Fogaça e do apoio que recebeu do PPS e do PTB no segundo turno da eleição estadual em 2002. "Espero que o governo federal compreenda isto rapidamente".