Título: CST estuda novo pacote de investimentos de US$ 160 milhões
Autor: Chico Santos
Fonte: Valor Econômico, 25/04/2005, Empresas &, p. B1
A Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST) está na metade do megainvestimento (cerca de US$ 1,3 bilhão) para aumentar em 50% sua capacidade de produção, chegando a 7,5 milhões de toneladas de aço bruto por ano, mas já tem engatilhados dois outros projetos que deverão gerar mais US$ 160 milhões em investimentos até 2008. O primeiro, de US$ 60 milhões, é para dobrar a capacidade de produção de laminados a quente. O segundo, de US$ 100 milhões, será para a reforma do auto-forno nº 1. A CST é controlada pela gigante européia Arcelor, maior produtora de aço do mundo. O presidente da siderúrgica, José Armando Campos, disse que a duplicação da capacidade de laminados a quente, destinada ao mercado interno, será definida no próximo ano e que só depende da manutenção do ritmo da demanda. Inaugurado em 2002, o laminador da CST tem capacidade de 2 milhões de toneladas e em 2005 já estará operando acima da capacidade, devendo produzir 2,4 milhões de toneladas. Segundo ele, com cerca de US$ 60 milhões será possível chegar a uma capacidade de 4 milhões de toneladas, ficando com folga para atender a demanda. "Não é um investimento relevante do ponto de vista de dinheiro, mas muito relevante em termos de produção", disse Campos. Ele só está preocupado com a escalada da taxa de juros básica (subiu para 19,5% neste mês) e seus efeitos dobre a demanda interna e, em conseqüência, de produtos siderúrgicos. Para o presidente da CST, os juros altos já estão impactando a construção civil e a produção de bens de capital sob encomendas, dois mercado tradicionais das usinas de aço. O outro investimento, já programado para 2008, é a reforma do auto-forno nº 1, com o objetivo de dar ao equipamento mais 25 anos de vida útil. "É um investimento em manutenção, mas de valor considerável", disse Campos. Os dois projetos dão continuidade a um ciclo de investimentos quase que contínuo da siderúrgica nos últimos anos. "Não vimos desaquecimento por aqui nos últimos 10 ou 12 anos", enfatiza Campos. A elevação da capacidade de produção de aço de 5 milhões de toneladas para 7,5 milhões, a ser concluídas em meados de 2006, é o maior de todos os investimentos feitos pela CST nesse período. Orçada em US$ 1 bilhão, a obra sairá por US$ 1,3 bilhão, segundo cálculos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado do Espírito Santo. A CST mantém formalmente o número em US$ 1 bilhão, mas Campos admite que a valorização do real entre o momento da aprovação do projeto, em 2003, e os dias de hoje é a principal razão para o aumento do valor do projeto em dólar . "De 2003 para 2005 tivemos uma valorização do real de mais de 26%", ressaltou. Segundo Campos, ainda que o aspecto cambial seja o principal, há fatores que provocam aumentos reais nos custos de uma obra como a ampliação da CST, programada para um horizonte de 27 meses. Um deles seria o próprio aumento do preço do aço ao longo do período, com impacto nos custos dos equipamentos que estão sendo instalados. Também a carga tributária, na avaliação de Campos, tende a tornar o custo final da ampliação da CST maior que o inicialmente previsto.