Título: Média diária das exportações tem crescimento de 39% em abril
Autor: Arnaldo Galvão e Alex Ribeiro
Fonte: Valor Econômico, 26/04/2005, Brasil, p. A3

O superávit da balança comercial já soma US$ 11,35 bilhões neste ano, com exportações de US$ 31,32 bilhões e importações de US$ 19,96 bilhões. Na quarta semana de abril, a balança apresentou exportações de US$ 1,72 bilhão e importações de US$ 976 milhões. O saldo foi de US$ 744 milhões. A média diária das exportações foi de US$ 431,5 milhões, 7,7% abaixo da média de US$ 467,7 milhões registrada no ano. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a comparação das quatro primeiras semanas de abril com o mesmo período de 2004 indica que a média diária de exportações cresceu 39%. Em relação a março, o crescimento foi de 8,9%, o que sinaliza ritmo crescente neste ano. Nas importações, a média diária até a quarta semana de abril foi de US$ 255,5 milhões, 10,4% acima da média de abril do ano passado e 4,7% inferior à de março deste ano. O valor médio diário das exportações em abril foi de US$ 458,1 milhões e teve como base aumentos dos embarques das três categorias de produtos. As vendas de semimanufaturados cresceram 53,1%, com destaque para ferro fundido, açúcar em bruto, semimanufaturados de ferro ou aço, borracha sintética, madeira serrada, celulose, ferro-ligas e alumínio em bruto. As vendas de produtos básicos aumentaram, em abril, 48,4%, principalmente em função de petróleo em bruto, algodão em bruto, minério de ferro, carnes (suína, frango e bovina), café em grão, minério de alumínio e soja em grão. Os embarques de produtos manufaturados também cresceram 30,2% em abril. Os principais itens exportados foram aparelhos transmissores e receptores, polímeros plásticos, veículos de carga, automóveis, bombas e compressores, açúcar refinado, móveis e autopeças. Comparando as importações das quatro primeiras semanas de abril com as do mesmo período de 2004, aumentaram os gastos com cereais e produtos de moagem (39,1%), automóveis e partes (30,6%), borrachas e obras (29,8%), equipamentos elétricos/eletrônicos (29,4%) e plásticos e obras (28,8%). Em relação a março, caíram as compras de combustíveis e lubrificantes (-34,6%), produtos farmacêuticos (-14,3%) e automóveis e partes (-7,3%). Os analistas econômicos projetam para este ano um superávit comercial superior ao registrado no ano passado, contrariando o prognóstico inicial do próprio mercado de que a valorização da taxa de câmbio pudesse prejudicar as exportações. Segundo pesquisa semanal do Banco Central com departamentos econômicos de cerca de 100 empresas e instituições financeiras, o saldo projetado para o ano é de US$ 33,85 bilhões, ligeiramente acima dos US$ 33,693 bilhões de 2004. A revisão da projeção ocorre ao mesmo tempo em que o mercado estima taxas de câmbio menos favoráveis aos exportadores. Na semana, a taxa de câmbio média esperada ficou em R$ 2,70 - em janeiro, a projeção era de R$ 2,88.