Título: Emissões de bônus chegam a US$ 16 bi
Autor: Cristiane Perini Lucchesi
Fonte: Valor Econômico, 07/10/2004, Finanças, p. C-1

Os países emergentes fizeram emissões externas recordes em setembro, segundo estudo do HSBC divulgado ontem. No total, os países com classificação de risco de crédito abaixo de "A-" captaram US$ 16 bilhões, o maior valor para um só mês da história e três vezes o total emitido no mesmo mês do ano passado. No total foram 36 diferentes tipos de títulos. A oferta foi absorvida por investidores que receberam fortes amortizações e pagamentos de juros, principalmente em euro. Os países da América Latina foram os mais ativos, com US$ 8,8 bilhões em títulos lançados. O México saiu na frente, com US$ 3,4 bilhões, sendo um deles um bônus sem vencimento final (bônus perpétuo) de US$ 1,75 bilhão, da Pemex, a maior emissão do mês passado. O Brasil captou US$ 2,8 bilhões em títulos, ficando em segundo lugar. Considerando-se empréstimos sindicalizados (com a participação de vários bancos), o Brasil obteve US$ 3,2 bilhões em setembro, segundo o Valor Data. No ano, as novas emissões de bônus de países com nota menor do que "A-" somam US$ 71,6 bilhões, US$ 22,8 bilhões acima do mesmo período de 2003. Se foram considerados os países emergentes com nota de risco de crédito acima de "A-", como a China e a Coréia, o total de títulos emitidos em setembro vai a 42, com o valor a US$ 19,3 bilhões. Em outubro, o ritmo de captações deve continuar forte, por causa do pagamento de US$ 4,5 bilhões de dívida externa de empresas e governos de países emergentes, US$ 2,8 bilhões só do Brasil, segundo o HSBC. Mas, tradicionalmente, a performance do mercado em outubro é fraca -retorno médio de 0,1% de 94 a 2003, na comparação com 1% dos outros meses do ano excluído outubro. Vale notar que a média de retorno do Brasil é mais alta em outubro -1,9%. Até o final do ano, o HSBC espera emissões de US$ 5 bilhões de governos de emergentes, US$ 2,8 bilhões em outubro, US$ 1 bilhão em novembro e US$ 1,3 bilhão em dezembro. O banco esperava captação de US$ 500 milhões do Tesouro brasileiro neste mês.(CPL)