Título: Para Appy, país deve focar benefícios de longo prazo
Autor: Sergio Lamucci
Fonte: Valor Econômico, 26/04/2005, Brasil, p. A4

A oitava alta consecutiva da taxa básica de juro do país (Selic), determinada pelo Banco Central na semana passada, não "compromete" a expansão da economia neste ano, segundo avaliação do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy. Na quarta-feira passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic de 19,25% para 19,50% ao ano, sem viés. Para Appy, as "ansiedades" com as ações do governo no curto prazo serão compensadas com a estabilidade da economia a longo prazo. "Os benefícios em longo prazo são tão grandes que superam largamente os custos de curto prazo dessa política, que muitas vezes gera alguma ansiedade ", afirmou Appy, ao participar da abertura de seminário organizado pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Segundo ele, o país vive "uma conjunção extremamente favorável para um ciclo prolongado" de crescimento econômico "com baixa volatilidade" e o governo não pode afrouxar a condução da atual política econômica. "No passado, oportunidades semelhantes foram perdidas por falta de compreensão da estabilidade econômica", discursou ele. Entre os elementos positivos acumulados pela política macroeconômica, ele citou a redução da relação dívida/Produto Interno Bruto (PIB), o controle da inflação - graças à política de metas - e a solidez das contas externas. À saída do encontro, o secretário-executivo da Fazenda rechaçou a idéia de que o novo aumento da Selic poderá comprometer a perspectiva de crescimento neste ano. "O controle da inflação é o principal ou uma das principais políticas de estímulo ao crescimento", respondeu Appy. Appy destacou também que é importante para a expansão consolidada nacional a viabilização de financiamentos de longo prazo com recursos privados. Atualmente, este tipo de operação está concentrada no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). (Agências noticiosas)