Título: Suzano propõe três sócios para projeto
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 07/10/2004, Empresas, p. B-7

A Petrobras tem sobre a mesa proposta da Suzano Petroquímica para a construção de uma unidade com capacidade de produzir 300 mil toneladas anuais de polipropileno em São Paulo, em um investimento de US$ 226 milhões. A Suzano propôs que a planta, incluída entre os projetos petroquímicos prioritários da estatal até 2010, seja construída em parceria envolvendo a Braskem. A idéia é criar uma joint-venture na qual cada sócio (Petroquisa, Suzano e Braskem) tenha um terço do projeto. A sociedade teria a única fina-lidade de produzir o polipropileno, cabendo aos sócios a comercialização do produto separadamente, de acordo com suas participações societárias na em-presa. O modelo busca evitar conflitos de interesses, já que os sócios participam de negócios com resinas termoplásticas em outras empresas. A proposta foi apresentada ao diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e teria sido bem recebida pelo governo federal. Mas segundo fontes ouvidas pelo Valor, a Braskem não apóia a proposta, pois teria interesse na parceria só com a Petrobras. O novo presidente da Petrobras Química S.A (Petroquisa), Kuniyuki Terabe, disse ontem que a empresa busca parceiros para todos os projetos do plano estratégico 2004-2010. "Estamos discutindo com várias empresas e ainda não fechamos nada. Os projetos estão em estudo de pré-viabilidade e, até o fim do ano, estaremos definindo as parcerias", previu Terbae. Ele admitiu que a unidade de polipropileno de São Paulo pode ser a primeira de várias plantas de produção da resina, obtida a partir do propeno. Todo o planejamento de expansão na petroquímica está baseado na oferta de matéria-prima, ou seja, o propeno, salientou Terbae. De acordo com ele, cinco refinarias da Petrobras estão produzindo propeno. São elas Regap (MG), Replan (SP), Revap (SP) , Repar (PR) e Refap (RS). A oferta de propeno será estratégica para a empresa desenvolver outros dois projetos lista dos no planejamento estratégico da Petrobras até 2010. Terabe adiantou que a unidade de ácido acrílico, com investimentos de US$ 361 milhões, poderá ser instalada em Minas Gerais, onde a Regap produz cerca de 150 mil toneladas/ano de propeno. Hoje o produto é usado como combustível para fazer o aquecimento da refinaria. Terabe informou ainda que outro projeto contido no planejamento, a construção de uma unidade de fenol, demandará investimentos de US$ 120 milhões no período 2004-2010. Em uma segunda fase, os desembolsos no projeto podem alcançar US$ 200 milhões. Em todos os projetos há disposição da Petrobras de fechar parcerias com empresas privadas, insistiu Terabe. Ele participou de painel sobre petroquímica na Rio Oil & Gás. Outra decisão da Petroquisa, esperada com ansiedade pelo mercado, refere-se ao direito da empresa de ampliar sua participação no Pólo de Camaçari, na Bahia, dos atuais 9,5% para até 50%. A decisão terá de ser toma-da até 30 de abril do próximo ano, mas fontes do setor não acreditam que a Petroquisa vá exercer seu direito.