Título: Petróleo mantém alta e já passa de US$ 52 o barril
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Fonte: Valor Econômico, 07/10/2004, Empresas, p. B-7

O petróleo bruto do tipo WTI negociado em Nova York chegou à cotação recorde de US$ 52,02 o barril depois que o Departamento de Energia dos Estados Unidos anunciou que os estoques americanos tiveram crescimento inferior ao previsto. O contrato para entrega em novembro subiu 93 centavos de dólar, ou 1,8%, em seu mais elevado valor de fechamento desde que os contratos futuros começaram a ser negociados, em 1983. O barril de petróleo chegou a alcançar o recorde intradiário de US$ 52,15. Os contratos futuros subiram 71% em relação à cotação de 12 meses atrás.

Em Londres, o contrato futuro do petróleo bruto tipo Brent para entrega em novembro subiu 86 centavos de dólar, ou 1,8%, fechando ao nível recorde de US$ 47,99 o barril na Bolsa Internacional de Petróleo. O petróleo tipo Brent chegou a alcançar a cotação de US$ 48,10 o barril, seu preço intradiário mais elevado desde o início das operações com esse tipo de contrato, em 1988. A cotação do tipo Brent serve de referência para a Petrobras. Os volumes armazenados de petróleo nos Estados Unidos tiveram acréscimo de 1,1 milhão de barris, passando a totalizar 274 milhões de barris na semana encerrada em 1º de outubro. Previa-se um aumento de 2,75 milhões de barris, segundo a média das estimativas de 14 analistas ouvidos pela Bloomberg. Os estoques de combustível refinado, que inclui óleo para calefação e diesel, recuaram em 2,1 milhões de barris, para 123,4 milhões de barris, seu nível mais baixo desde a semana encerrada em 6 de agosto. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) poderá discutir a redução das cotas de produção de seus países-membros durante reunião no Cairo, prevista para dezembro, devido à probabilidade de o consumo de petróleo crescer a um ritmo mais lento no ano que vem, disse Maisar Rahman, representante da Indonésia junto à Opep. "A Opep está prevendo um crescimento mais lento da demanda para o ano que vem, comparativamente a 2004", disse Rahman em Jacarta. Os estoques de petróleo bruto dos países desenvolvidos estão crescendo e a Opep "está preocupada com a possibilidade de esse fator desencadear uma queda dos preços", disse ele. O cartel prevê que o consumo aumentará em 1,7 milhão de barris ao dia em 2005, um acréscimo menor que os 2,5 milhões de barris projetados para este ano, disse Rahman.