Título: Negócios com satélites vão crescer 45% este ano
Autor: Jacilio Saraiva
Fonte: Valor Econômico, 26/04/2005, TECNOLOGIA & TELECOMUNICAÇÕES, p. F1;2;3;4

Os recursos de comunicação por satélite pode ser explorados por milhares de empresas e usuários ao mesmo tempo. Somente o satélite B1 cobre mais de 15 milhões de parabólicas no país com sinais de televisão. Um mesmo equipamento suporta canais de TV, acesso à internet e serviços de telefonia. No Brasil - campo fértil para o setor por conta da extensão territorial - as empresas não têm do que reclamar do filão: a previsão de crescimento dos negócios em 2005 chega a 45% em comparação com 2004. O governo federal é o principal cliente. A Comsat, por exemplo, está no setor desde os anos 60. Entrou no mercado brasileiro em 1994 com a compra da Villares Control e da Vicom, que já atuavam na área desde 1985. Atualmente, trabalha com prestação de serviços de telecomunicações para o governo, emissoras de rádio e televisão. Segundo Luiz Roberto de Sá, country manager da Comsat International no Brasil, o grande comprador de serviços em 2005 é o governo por conta de projetos de abrangência nacional. "Com o satélite, o cliente ganha com a cobertura geográfica e a confiabilidade nas transmissões", garante. Em 2004, a Comsat aumentou seu faturamento em 29%, em comparação ao ano anterior. Este ano, a meta é crescer 45% graças a contratos firmados com a Caixa Econômica e o governo federal. O primeiro, avaliado em R$ 283 milhões, corresponde à uma licitação da CEF para implementar um serviço de comunicação de dados entre o banco e nove mil casas lotéricas. O outro acordo, assinado com o Ministério das Comunicações, no valor de R$ 114 milhões, vai resultar numa rede de comunicação de banda larga. É o Serviço de Atendimento ao Cidadão (GESAC), projeto de inclusão digital do governo que abrange mais de cinco mil pontos espalhados em escolas, quartéis, comunidades e instituições públicas. "Vamos investir este ano US$ 20 milhões na aquisição de equipamentos e treinamento de pessoal", diz Luiz Roberto de Sá. Para Herbert Cosenza Jr., diretor da divisão de soluções espaciais da Alcatel, que fabrica satélites, o mercado passou por uma fase de retração, mas parte agora para céus mais azuis. "Os fabricantes e fornecedores de serviços começam a se preparar para novas demandas e o governo continua como o grande motor da área", afirma. Na Star One, as perspectivas também são otimistas. A companhia - criada em 2000, através de uma parceria entre a Embratel, com 80% das ações, e a SES Global - faturou R$ 404 milhões em 2004, um crescimento de 7% em relação ao ano anterior. Em 2005, vai investir US$ 600 milhões para a construção de novos satélites - C1 e C2 - que vão repor o B1 e B2 até 2007. "Vamos lançar serviços de voz em pontos remotos, principalmente na área rural, e mais ofertas para o segmento de TVs regionais " , revela Edson Soffiatti, diretor executivo da Star One, que opera com distribuição de sinais de TV, telefonia, dados, internet e formação de redes de comunicações privadas para corporações. Entre seus clientes estão o provedor UOL e a Embratel.