Título: Bancada lança Vladimir ao governo do Rio
Autor: Raymundo Costa
Fonte: Valor Econômico, 28/04/2005, Política, p. A8

O PT do Rio de Janeiro mobilizou-se ontem para garantir a candidatura própria do partido no Estado. O ex-deputado Vladimir Palmeira (RJ), único pré-candidato do partido, conseguiu o apoio formal de cinco dos sete deputados da bancada federal do PT no Rio e do senador Saturnino Braga, que divulgaram uma nota conjunta, afirmando que o ex-deputado unirá o partido no Estado. Segundo informação da assessoria de imprensa do PT, Palmeira procurou descaracterizar a sua candidatura como dissidente da linha nacional do partido. "Minha candidatura amplia o espaço do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governo", disse. O apoio à candidatura de Vladimir Palmeira foi anunciado depois de almoço de Palmeira com os deputados Antonio Carlos Biscaia, André Costa, Chico Alencar, Jorge Bittar e Miro Teixeira e o senador Saturnino. O deputado Antonio Carlos Biscaia sinalizou que o PT local irá resistir a uma eventual candidatura do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e filiado ao PPS. "Não aceitamos soluções alienígenas, de outro Estado. A bancada federal do Rio tem unidade", disse Biscaia. Na avaliação do deputado Miro Teixeira, "a política de aliança nacional não colide com a candidatura própria", destacou no texto divulgado pela assessoria petista. No Rio, a possibilidade de coligação entre o PMDB e o PT é pequena, já que a seção pemedebistas local é dominada pelo ex-governador Anthony Garotinho, pré-candidato à presidência contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas a fracassada intervenção federal nos hospitais do Rio, a a pré-candidatura do prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL) à Presidência e a hipótese de Ciro Gomes transferir seu domicílio eleitoral colocaram em dúvida a candidatura de Palmeira, apesar do ex-deputado ter recebido informalmente, há alguns meses, o apoio do ministro da Casa Civil, José Dirceu, e do próprio presidente. Palmeira tentou ser candidato ao governo em 1998, mas teve o direito de concorrer negado pela direção nacional do PT.