Título: Campanha dos bancários sofre novo racha
Autor: Raquel Salgado
Fonte: Valor Econômico, 13/10/2004, Brasil, p. A-2

O racha nas negociações salariais dos bancários se intensificou com o pedido de dissídio coletivo feito pela Confederação Nacional das Empresas de Crédito (Contec) no Tribunal Superior do Trabalho (TST). O objetivo da Contec é resolver o impasse nas negociações salariais entre bancários e bancos. Segundo o tribunal, as audiências de conciliação com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal já estão marcadas para hoje. Na falta de acordo, o TST vai então decidir o percentual de reajuste dos funcionários dos bancos oficiais. A decisão foi apoiada pelos bancários de Brasília, Rio de Janeiro e Maranhão. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região filiado à Confederação Nacional dos Bancários (CNB), contudo, que congrega 300 mil trabalhadores e tem representatividade superior à da Contec foi contra a decisão e a considera um retrocesso. O presidente da Sindicato de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino, afirmou que a Contec representa apenas 5% dos bancários de todo o país, basicamente do Amazonas, Minas Gerais e Goiás. Legalmente, no entanto, ela pode representar os bancários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, porque foi criada antes da CNB, que é quem negocia com a Fenaban. Os bancos privados não deverão seguir o percentual de reajuste da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Banco do Brasil (BB), caso ele seja maior do que foi oferecido até agora à categoria. A afirmação é de Magnus Apostólico, negociador da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Porém, Apostólico não acredita que o TST garanta aos funcionários do BB e da CEF um percentual acima do negociado anteriormente pela Fenaban, de 8,5%, podendo chegar a 12,5% para os que ganham o piso salarial. " Não vamos alterar o custo da proposta. O pedido de dissídio vale apenas para o Banco do Brasil e da Caixa e ainda não sabemos como a direção dos dois bancos tratará o assunto " , afirmou Apostólico. Desde sábado, os petroleiros têm se reunido em assembléias para votar se haverá greve ou se aceitam a contra-proposta apresentada pela Petrobras de reajuste de 12,12% para funcionários ativos e de 7,82% para inativos. Nova assembléia ocorre hoje.