Título: Companhia sugere troca da frota de ônibus paulistana
Autor: Leila Coimbra
Fonte: Valor Econômico, 02/05/2005, Empresas &, p. B11

A Comgás vai apresentar nesta semana uma proposta à Prefeitura de São Paulo, de conversão de metade da atual frota de ônibus, de 6.500 unidades, em veículos movidos a gás natural em cinco anos. A empresa vai investir R$ 85 milhões em dutos que levarão o combustível a 15 terminais que passarão a abastecer os veículos, afirma o diretor de marketing industrial da empresa, André Lopes de Araújo. "Se tudo der certo, alguns novos ônibus a gás poderão rodar já neste ano". A Prefeitura de São Paulo exige a troca de 700 ônibus por ano, por modelos novos, em um sistema constante de renovação da frota que atende ao público. O objetivo é obrigar, já a partir de 2005, que os novos ônibus sejam movidos a gás. Dentre os benefícios, a diminuição do custo com o combustível, já que o gás natural tem preço mais acessível que o diesel. Além disto, é um combustível menos poluente. Mas, há um porém: os veículos movidos a gás são mais caros. A adesão das montadoras de automóveis ao programa de conversão da frota poderia minimizar o problema. Araújo explica que será necessário estudar detalhadamente o projeto, caso contrário, ele poderá vir a ser economicamente inviável. "Não podemos construir uma rede muito extensa, levando o gás a bairros muito distantes, para abastecer um número baixo de veículos. Temos que otimizar esse fornecimento". Primeiro, se pensou em levar o gás a todas as mais de 50 garagens de ônibus, mas depois verificou-se que isso seria inviável, diz o diretor. A nova proposta é levar o combustível aos 15 principais terminais, em regiões mais centrais, onde os veículos seriam abastecidos. Cada ônibus consumiria cerca de 150 metros cúbicos de gás por dia. Essa logística precisa ser vem estudada, segundo Araújo, porque o fornecimento aos ônibus municipais não é uma atividade com muito retorno. "A margem não é das maiores, mas dá uma visibilidade muito grande". (LC)