Título: BNDES amplia alcance do Modermaq
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 13/10/2004, Brasil, p. A-5

O setor de construção civil, mais diretamente o segmento de construção pesada tocado principalmente pelas empreiteiras, passará a ter acesso à linha de crédito do programa de Modernização do Parque Industrial Nacional (Modermaq), criado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no âmbito das operações indiretas do banco, com dotação de R$ 2,5 bilhões e com custo de juro fixo de, no máximo, 14,95% ao ano. A iniciativa do BNDES vai reforçar a tendência de crescimento do investimento fixo no país, que neste ano acumula alta de 9,8% até agosto. O programa, criado há pouco mais de dois meses, tem o objetivo de financiar a compra de máquinas e equipamentos para modernizar as indústrias e aumentar a demanda para o setor de bens de capital. Inicialmente, o Modermaq financiava apenas as empresas enquadradas como indústrias extrativas e de transformação. A partir de hoje também passam a ter direito a este financiamento as empresas de construção, de qualquer porte, desde que enquadradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), secção F. As exceções à nova medida são os investimentos em empreendimentos imobiliários, como construções residenciais, hotéis, hotéis-residência, imóveis de uso compartilhado e loteamentos. Recentemente, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Newton de Mello, elogiou o Modermaq por ter como base de sustentação o juro fixo, o que no seu entender é fundamental para os pequenos e médios empresários. "O custo do financiamento, por ser fixo, permite ao empresário projetar seus gastos futuros e planejar melhor seus negócios e empreendimentos", realçou o presidente da Abimaq. O financiamento do Modermaq cobre até 90% dos investimentos em máquinas e equipamentos dos projetos de investimento, com juros fixos de 11% ao ano mais a remuneração do agente financeiro (bancos credenciados junto ao BNDES para repassar seus recursos aos tomadores da linha), o que poderá elevar o custo total a, no máximo, 14,95% ao ano. O prazo de pagamento é de até 60 meses, incluída a carência de três ou seis meses. O crédito será amortizado por parcelas fixas, pela tabela Price, com periodicidade mensal e juros capitalizados trimestralmente durante a carência. As garantias estão previstas nas linhas de financiamento da Finame.