Título: Emissão de CRI já supera a de todo o ano passado
Autor: Flavia Lima
Fonte: Valor Econômico, 02/05/2005, EU &, p. D1

Enquanto os fundos imobiliários esperam um ambiente mais favorável para retomar lançamentos, outros títulos do setor ganham destaque, devendo crescer ainda mais com a isenção recém-adquirida. Desde janeiro, o governo estendeu a isenção do imposto de renda para pessoas físicas na aplicação em Letras Hipotecárias (LH) para as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e para os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Segundo o site da CVM, o volume já registrado de CRIs é de R$ 433,722 milhões em 2005, mais do que os R$ 403,079 milhões emitidos ao longo de todo o ano passado. Isso, sem contar os outros R$ 127 milhões em CRIs sob análise da autarquia. Segundo Fábio Nogueira, do grupo Ourinvest, a demanda pelos títulos é crescente. Ainda assim, diz ele, os negócios ainda não refletem o benefício concedido porque existem demandas pendentes. A principal delas se refere à revisão da instrução divulgada no fim do ano passado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), cuja proposta foi justamente permitir emissões de CRIs abaixo do limite anterior imposto, de R$ 300 mil. A CVM abriu espaço para o fracionamento das emissões, mas estabeleceu outras limitações criticadas pelo mercado. A principal delas diz respeito ao limite de 0,5% do total emitido, por devedor. Em uma emissão de R$ 10 milhões, os créditos por devedor não poderiam superar R$ 50 mil. "Ocorre que a dívida média em emissões com lastro em imóveis voltadas para a classe média fica entre R$ 60 mil e R$ 70 mil", diz. A Companhia Brasileira de Securitização (Cibrasec) é a principal emissora de CRIs do mercado. Já a Caixa Econômica Federal (CEF) se destaca nos negócios com LHs e LCIs, títulos que podem ser emitidos apenas por companhias hipotecárias. As instituições mostram que estão investindo na divulgação desses produtos para o investidor pessoa física. A Caixa, por exemplo, está publicando anúncios oferecendo aplicações em LHs e LCIs, lembrando a menor tributação. No banco, os títulos recebem investimentos a partir de R$ 500 mil e têm prazo fixo, de até 25 meses nas LCIs e até 28 meses nas LHs. (F.L.)