Título: Programa social atinge 58% das famílias pobres
Autor: Henrique Gomes Batista
Fonte: Valor Econômico, 02/05/2005, RUMOS DA ECONOMIA, p. F41

Este será o ano da blindagem do maior programa social do governo: o Bolsa-Família, reunião de todos os programas de cunho assistencial executados nas diferentes áreas do governo. O objetivo é melhorar os mecanismos de controle do programa para evitar as denúncias de fraude que poderiam vir a manchar a imagem do presidente Lula em plena campanha da reeleição. Lula espera cumprir a promessa de fazer com que o programa chegue a todas as 11,2 milhões de famílias com rendimento menor que R$ 100 per capita ao mês. Dados não consolidados de abril apontam que o Bolsa-Família já atinge 6,732 milhões de casas. As informações detalhadas, referentes a março, indicam que o programa chega a 58,6% das famílias pobres no Brasil, com benefício médio de R$ 65,56 por residência. A evolução do programa mostra, segundo o governo, que é factível atingir mais de 11 milhões de lares até o final de 2006. Criado em outubro de 2003, com a junção dos principais programas sociais do governo, o Bolsa-Família terminou o primeiro ano com 3,615 milhões de beneficiários, 115 mil famílias acima da meta. O ano passado terminou com 6,570 milhões de famílias, 70 mil a mais que o planejado pelo governo. Para atingir a meta de 8,7 milhões de famílias beneficiadas este ano, o governo reservou R$ 6,5 bilhões do Orçamento, 14% a mais que os R$ 5,7 bilhões gastos em 2004. Para chegar a 11,2 milhões de famílias beneficiadas até o fim do ano que vem, especialistas estimam que o valor necessário será de cerca de R$ 9,1 bilhões. "No primeiro ano foi a consolidação do programa, o segundo foi a expansão e 2005 será a vez do aperfeiçoamento dos mecanismos de controle e gestão do programa, além da interligação com outros programas sociais oficiais e de ONGs", afirma Rosani Cunha, secretária nacional de renda de cidadania do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Segundo Rosani, o combate às fraudes está dando resultados. "Já excluímos 50.509 famílias do programa e suspendemos o pagamento de 118.187 benefícios para averiguações de irregularidades. Queremos atingir as metas de expansão do programa, mas com qualidade", afirma. Outros dois pontos do programa que devem ser aperfeiçoados a partir deste ano são a integração com outros programas sociais do governo e o desenvolvimento de formas de emancipar socialmente as famílias, para que elas saiam da linha de pobreza e sobrevivam de forma autônoma. "Já estamos trocando informações com o Ministério da Educação para que as famílias beneficiadas também sejam inseridas em programas de alfabetização e outros programas de educação", afirma Rosani. Para 2006, explica ela , o governo pretende terminar o processo de unificação dos atuais programas de transferência de renda no Bolsa-Família. "Faremos isso de forma paralela à expansão do programa, que começa a avançar para parcerias com Estados e municípios."