Título: Com mais passageiros, lucro da TAM cresce
Autor: Carolina Mandl
Fonte: Valor Econômico, 03/05/2005, Empresa &, p. B4

A ocupação maior dos vôos com custos proporcionalmente menores levaram a TAM a registrar um lucro líquido de R$ 53,5 milhões no primeiro trimestre de 2005, um crescimento de 215,6% em relação ao mesmo período de 2004. De janeiro a março, a companhia aérea melhorou a ocupação de suas aeronaves de 62,7% em 2004 para 69,9% neste ano. O número de passageiros transportados no período cresceu 45,1%, para 4,2 milhões de pessoas. O fator que mais contribuiu para esse crescimento foram os vôos domésticos, cuja receita saltou de R$ 707 milhões para R$ 971 milhões. Mas os faturamentos dos vôos internacionais e do transporte de cargas também cresceram no primeiro trimestre. O resultado foi uma receita bruta de R$ 1,33 bilhão, 33% maior.

Por outro lado, os custos e as despesas operacionais da TAM cresceram um pouco menos que o aumento da receita: 31%. Por isso a margem bruta da empresa subiu de 32,5% para 33,9%. As aeronaves da TAM passaram a voar mais para incrementar a produtividade. Cada avião voou em média 953 horas no último trimestre ante 797 horas em igual intervalo de 2004. A maior variação de custo da TAM veio dos combustíveis, cujo gasto subiu 66,7% na comparação entre os trimestres. Esse item representa cerca de 30% dos custos da companhia aérea. Outro fator que contribuiu para o maior lucro da TAM no primeiro trimestre de 2005 foi um resultado financeiro líquido menor em R$ 9,5 milhões. Resta saber agora qual o impacto que o fim do code-share com a Varig terá nos resultados da TAM. A companhia aérea vinha indicando que suas despesas operacionais poderiam subir sem a parceria, mas nunca revelou qual deve ser o tamanho desse impacto. Durante quase dois anos de compartilhamento de vôos, ambas as companhias reduziram a oferta do mercado, o que melhorou o desempenho delas. Mas a situação começa a mudar. A TAM, por exemplo, anunciou que elevará a oferta da ponte-aérea Rio-São Paulo de 25 para 31 vôos diários. No geral, o número de assentos ofertados pela TAM por quilômetro crescerá 12%. A Varig também passará de 25 para 34 vôos. Ontem, o conselheiro do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, Luiz Carlos Delorme Prado, relator do processo de fusão entre TAM e Varig disse que, com o aumento de competição, a tendência é de queda dos preços e de aumento da oferta. Neste mês ou em junho, a TAM pretende captar entre R$ 800 milhões e R$ 900 milhões com uma oferta pública de ações preferenciais. Cerca de 70% desse montante será um aumento de capital, que servirá para fortalecer o caixa da empresa. O restante será uma venda dos controladores.