Título: Vacinação estreia sem problemas
Autor: Seixas, Luiza
Fonte: Correio Braziliense, 09/03/2010, Brasil, p. 11

No primeiro dia de imunização contra o vírus A (H1N1), a vez de profissionais de saúde e indígenas: nada de filas ou tumulto

Pessoas de etnia indígena e profissionais da área de saúde como médicos, enfermeiros, recepcionistas, pessoal de limpeza, motoristas de ambulância e equipes de laboratório já podem se vacinar contra a gripe A (H1N1). Desde ontem, os postos de saúde de todo o país começaram o processo de imunização. A campanha será realizada entre 8 de março e 21 de maio e foi dividida em sete etapas, cada uma voltada para um público diferente. Nesse primeiro grupo, o público-alvo estimado pelo Ministério da Saúde é de 1.915.000 trabalhadores e 566 mil indígenas. São Paulo espera vacinar cerca de 700 mil pessoas, o Rio de Janeiro, 220 mil, e o Distrito Federal, 26 mil.

Ao contrário do que esperavam os profissionais de saúde, o primeiro dia de vacinação foi tranquilo nos estados. Em Brasília, por exemplo, segundo a chefe do Núcleo de Imunização da Secretaria de Saúde, Ana Maria Rocha, não houve filas nos postos de saúde e o número de atendimentos ficou aquém da expectativa. Segundo Ana Maria, a principal preocupação era que os idosos, por estarem acostumados com a vacina especial para eles, pudessem comparecer e causar transtorno nos postos. Felizmente isso não aconteceu. O Ministério fez uma boa divulgação do cronograma e os idosos foram bem orientados. Para os poucos que apareceram, explicamos que, para eles, a vacinação vai acontecer entre 24 de abril e 7 de maio, afirmou.

Ela destacou ainda que os postos do DF estão preparados para atender a todos, desde que o cronograma seja seguido. Os laboratórios ainda estão produzindo as vacinas e elas estão chegando paulatinamente. Para não acabar, não podemos sair do cronograma. As doses da segunda etapa, por exemplo, ainda não chegaram, por isso precisamos ser rigorosos em relação aos grupos, explicou Ana Maria, que destacou ainda que, para os indígenas, a Secretaria já disponibilizou duas equipes volantes para atender a Casa de Saúde Indígena (Casai) e a Funai.

Atendimento Como exemplo da calma durante o dia nos postos, o Centro de Saúde Número 8 do DF recebeu apenas 130 profissionais. Uma situação tranquila e não esperada pela gerente do centro, Jussara Coelho. A gente não tinha ideia de como seria, mas esperava um pouco de tumulto, afirmou. Ela elogiou ainda o fato de o cronograma ter começado pelos profissionais de saúde. Em 2009, tivemos 678 casos no DF e 10 óbitos. Este ano, já temos dois casos confirmados. Então, diante dos números, é preciso que os profissionais estejam imunizados. No ano passado precisamos afastar os doentes e as gestantes que trabalhavam no atendimento, disse.

Também com medo de fila, a enfermeira Melissa Machado Vilas Novas preferiu procurar o centro de saúde no primeiro dia. Para ela, é importante vacinar os profissionais, pois são eles que estão em contato com as doenças constantemente. Corri para me vacinar pois tenho um filho recém-nascido que precisa estar protegido, afirmou. Essa é a primeira vez que eles nos priorizam em uma campanha. Fiquei feliz com a iniciativa, pois para cuidarmos dos pacientes precisamos estar bem, completou a técnica de enfermagem Nair Moraes.

Os laboratórios ainda estão produzindo as vacinas e elas estão chegando paulatinamente. Para não acabar, não podemos sair do cronograma

Ana Maria Rocha, chefe do Núcleo de Imunização da Secretaria de Saúde