Título: Condoleezza exorta aprovação do Cafta
Autor: Tatiana Bautzer
Fonte: Valor Econômico, 04/05/2005, Internacional, p. A9

A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, fez um apelo ontem ao Congresso para que aprove o acordo de livre comércio com a América Central (Cafta). Apesar de já assinado entre os governos, o acordo enfrenta sérias dificuldades de aprovação. Rice usou quase todo o seu discurso no evento anual do Conselho das Américas para defender a aprovação do acordo. O novo secretário de Comércio dos EUA, Carlos Gutierrez, disse que os opositores ao acordo na América Central são os mesmos que sonhavam com a revolução comunista na região. Segundo Rice, o Cafta fortalecerá a segurança americana tornando a região mais estável. "Os países da América Central estão trabalhando duro para superar o passado de caos com um futuro de comércio", disse. Ela acrescentou que o acordo fortalecerá a volta da região à democracia depois das guerras civis. "Alguns acreditam que o Cafta só facilita a exploração dos fracos pelos fortes. Isso é errado, o livre comércio promoverá o crescimento e oportunidade que beneficiam a todos." Para a audiência local que acredita que os empregos serão perdidos para países com salários mais baixos, Rice disse que as exportações dos EUA para a região são maiores que para a Rússia, Índia e Indonésia juntas. Gutierrez defendeu os resultados do tratado de livre comércio da América do Norte (Nafta), citando o crescimento acumulado acima de 30% nos últimos 12 anos no México, Canadá e EUA. A aprovação do Cafta parece cada vez mais difícil no Congresso, com exigências até mesmo de republicanos para que o acordo só passe se os EUA adotarem retaliações comerciais contra a China. O Brasil foi citado novamente tanto por Rice quanto pelo subsecretário de Estado para a América Latina, Roger Noriega, como um líder regional aliado aos EUA. "Lula é um verdadeiro democrata", disse Noriega, ressaltando a liderança regional na questão do Haiti e o bom relacionamento pessoal entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e George W. Bush.