Título: Petróleo puxa PIB dos pequenos
Autor: Chico Santos
Fonte: Valor Econômico, 04/05/2005, Especial, p. A12

A mesma indústria do petróleo que colocou municípios como Macaé e Campos dos Goytacazes entre os maiores produtores industriais do país é responsável por outras surpresas nos dados do PIB municipal calculado pelo IBGE, agora em relação à renda per capita. Segundo os dados, o maior PIB per capita brasileiro, no valor de R$ 273,140 mil, é do município baiano de São Francisco do Conde, onde está localizada a Refinaria Landulfo Alves (Relan), da Petrobras. Da lista dos dez maiores PIBs per capita municipais do país em 2002, sete estão relacionados com a produção de petróleo, seja por refino, produção petroquímica ou apenas por receberem royalties sobre a produção regional de óleo, casos de Quissamã, Carapebus, Rio das Ostras e Armação dos Búzios, todos no Rio de Janeiro. Em geral, estes são municípios de população pequena que geram, por algum motivo, uma renda elevada e que não necessariamente está relacionada à riqueza das suas populações. Como o PIB per capita é a renda total dividida pela população, é sempre possível surgirem surpresas. A pequena Garruchos, no 1.123º lugar entre os maiores PIBs per capita em 1999 pulou para o 7º lugar em 2002 (R$ 98,168 mil) graças à instalação no seu território de duas unidades conversoras de energia elétrica importada da Argentina. "O indicador nos mostra como a apropriação da renda não tem nada a ver com a sua geração", disse Sheila Zani, do IBGE, sobre a hipótese de o tamanho do PIB per capita não ter necessariamente relação com o bem-estar da população de um determinado município.