Título: Prático de navio é um profissional em ascensão
Autor: Francisco Góes
Fonte: Valor Econômico, 14/10/2004, Especial, p. E-2

Os práticos que conduzem os navios mercantes no trecho do rio Amazonas entre Itacoatiara (AM) e Fazendinha (PA), uma distância de cerca de 890 quilômetros, defendem que a Marinha do Brasil precisa abrir concurso para complementar o quadro de profissionais que atuam na região. Hoje, são apenas 62 desses profissionais, que se assemelham a manobristas de navios, para um movimento médio de 90 navios por mês. "Solicitamos abertura de concurso para a reposição de dez vagas", diz Paulo André Salgado, diretor da União dos Práticos da Bacia Amazônica Oriental (Unipilot), com sede em Belém. As vagas iriam repor os profissionais em idade de se aposentar. Milton Benevides dos Guaranys, gerente de política marítima do Departamento de Portos e Costas (DPC) da Marinha, disse que seu setor ainda não recebeu solicitação da Unipilot, mas se houver dificuldades no quadro de praticagem no Amazonas um concurso poderá ser aberto. A praticagem é serviço obrigatório no Amazonas, cuja navegabilidade varia de acordo com a época do ano (cheia ou seca). A profissão é arriscada mas bem remunerada, paga de acordo com o número de navios movimentados, informam fontes do setor em Manaus. Nas manobras de entrada e saída dos portos, em todo o país, também são exigidos práticos a bordo. No Amazonas, há uma zona de praticagem entre Manaus e Itacoatiara e outra de Itacoatiara até Fazendinha (PA). O custo do serviço para levar um navio com capacidade de 1,2 mil TEUs nesse trecho Manaus-Fazendinha pode chegar a R$ 20 mil, valor que a Unipilot não confirma. (FG)