Título: Fundo vendeu R$ 850 mi em ações
Autor: Catherine Vieira
Fonte: Valor Econômico, 14/10/2004, Empresas & Tecnologia, p. B-1

Por conta da sua necessidade de ajustar a carteira às regras do setor, a Previ já vendeu este ano cerca de R$ 850 milhões em ações de companhias abertas que fazem parte da sua carteira líquida de renda variável. Hoje, o fundo possui cerca de 57% dos seus recursos totais (R$ 58,7 bilhões) alocados em companhias abertas seja por meio da carteira de grandes blocos de participação ou por meio da carteira líquida (ações negociadas na bolsa). Mas precisa se enquadrar aos limites estipulados pela SPC, que permite até 50% em ativos de renda variável. Segundo o diretor de investimentos do fundo, Luiz Aguiar, a meta para esse ano era vender R$ 550 milhões em ações de empresas. "Esse valor já foi superado porque as condições de mercado se mostraram muito boas e com a bolsa em alta decidimos aproveitar algumas oportunidades", disse ele. Esse montante é quase o dobro do que o fundo vendeu no ano passado. Segundo Aguiar, o fundo deve vender mais cerca de R$ 100 milhões até o fim deste ano para dar continuidade ao enquadramento. O montante arrecadado com a venda das ações vem sendo aplicado em títulos públicos, debêntures (cerca de R$ 100 milhões) e cotas de fundos de direitos creditórios (outros R$ 100 milhões). Uma pequena parcela foi utilizada para um aumento de capital feito na Invitel, empresa-veículo para a participação na Brasil Telecom. Para o futuro, Aguiar não descarta retomar alguns investimentos no setor imobiliário, mas pretende fazer isso por meio de operações com lastro financeiro, via Certificados de Recebíveis Imobiliários ou fundos imobiliários. Hoje, a maior exposição do fundo é no setor de mineração, por conta das participações em Companhia Vale do Rio Doce e na Caemi. A segunda maior carteira é a de energia elétrica, que contém ativos como Guaraniana e CPFL, entre outros. A terceira maior posição é no setor de aviação, em função da fatia que possui na Embraer. As outras maiores posições são no setor de bancos, telecomunicações e alimentos e bebidas. Segundo Aguiar, em função das mudanças estratégicas efetuadas no portfólio e também dos bons ventos no mercado acionário, o fundo deve fechar 2004 com um superávit acumulado. "A estratégia de concentrar nossa carteira de renda fixa em títulos indexados à inflação foi muito bem sucedida e temos obtido uma rentabilidade de cerca de 120% do CDI", ressaltou Aguiar, lembrando que, até agosto, o superávit acumulado era de R$ 1,7 bilhão. Esse valor, no entanto, não computa a reavaliação de participações em empresas e projetos que não possuem cotações em bolsa. (CV)