Título: Vitelcom e Evadin devem fornecer telefone à Vivo
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 14/10/2004, Empresas & Tecnologia, p. B-5

A espanhola Vitelcom e a brasileira Evadin foram escolhidas para fornecer 2 milhões de celulares à Vivo, dentro da megaconcorrência feita pela operadora para adquirir aparelhos de baixo custo. Estreante no mercado brasileiro, a Vitelcom deverá fornecer 1,5 milhão de telefones. A Evadin, outros 500 mil. Segundo fonte familiarizada com o processo, as empresa estão acertando os últimos detalhes para assinar os contratos. A Vivo ainda está em negociações para adquirir mais 1 milhão de terminais, fechando a compra gigante de 3 milhões de celulares cujo objetivo é reduzir preços. A empresa não comentou o assunto. Kyocera, Motorola, Nokia e Gradiente também estariam interessadas na disputa. O presidente da Vitelcom Latin America, Carlos Gauch, disse ontem que os primeiros aparelhos chegarão ao mercado antes do Natal. O investimento inicial da companhia será de US$ 10 milhões. Os celulares com marca Vitelcom serão produzidos pela finlandesa Elcoteq em Manaus. Essa empresa divulgou comunicado ontem informando que a fábrica entra em operação no fim deste mês. Inicialmente, a Vitelcom oferecerá dois modelos, ambos populares. Além da produção, a logística também ficará a cargo da Elcoteq. Procurada, a Elcoteq não revelou qual será o volume de produção, nem a duração do contrato. A empresa anunciou no mês passado que teria fábrica no Brasil. Tradicional fornecedora da Telefónica Móviles - que controla a Vivo em parceria com a Portugal Telecom -, a Vitelcom também é estreante no mercado brasileiro. Por enquanto, a Vitelcom só terá modelos CDMA, tecnologia usada pela Vivo. Porém, não descarta produzir celulares GSM, adotados pelas operadoras TIM, Claro e Oi. A Evadin começou a produzir telefones com a marca Aiko no início deste ano, com foco nos terminais de baixo valor agregado. Procurada, a empresa não se manifestou até o fechamento desta edição. A Vivo lançou a megaconcorrência com o objetivo de reduzir o preço de compra dos celulares, num momento em que as empresas de telefonia disputam clientes nas classes C e D. Como têm menor escala, os aparelhos CDMA são mais caros que os equivalentes em GSM (tecnologia líder no mundo). Fazer uma compra grande é uma forma de reduzir essa diferença. Segundo cálculos de fornecedores, a compra de 3 milhões de aparelhos deve movimentar entre R$ 600 milhões e R$ 700 milhões. É a segunda concorrência em grandes volumes feita pela Vivo neste ano, quando passou a adotar essa estratégia. A japonesa Kyocera tornou-se fornecedora da empresa, assim como a chinesa ZTE, que fechou contrato para vender 1,25 milhão de telefones a US$ 80 cada. Os aparelhos são importados. O diretor de desenvolvimento de negócios da ZTE, Edson de Melo, afirmou que o grupo chinês está em nova rodada de negociações com a Vivo para fornecer um volume adicional de telefones. Isso incluiria terminais de maior valor agregado. A estimativa de Melo é de que a Vivo compre cerca de 15 milhões de celulares em 2005, para suprir as trocas de aparelhos e a chegada de novos clientes. Para isso, segundo fonte próxima à operadora, a empresa tem em vista outras aquisições em grande escala. (*Do Valor Online, de São Paulo)