Título: Bahia terá sete campos até 2007 para atrair turistas
Autor: Patrick Cruz
Fonte: Valor Econômico, 05/05/2005, Empresas &, p. B6

A profusão de grandes empreendimentos hoteleiros em construção na Bahia deverá tornar o estado também um centro de referência para a prática de golfe, segundo executivos da área de turismo do estado. A Confederação Brasileira de Golfe lista sete campos nas regiões Centro-Oeste e Nordeste. A Bahia tem três, um deles com projeto de ampliação. Pelo menos outros quatro devem ser construídos até 2007. O Iberostar Praia do Forte, resort no qual o grupo espanhol Iberostar está investindo US$ 250 milhões, terá um campo de 27 buracos, o maior do estado. O Vila Galé Marés, hotel de alto padrão com inauguração prevista para o final deste ano e que exigirá investimento de R$ 60 milhões do português Vila Galé, também terá seu próprio campo, de 18 buracos. Os dois complexos estão localizados na Costa dos Coqueiros, litoral norte baiano. "Com tantos novos empreendimentos, a Bahia passará a ser um poderoso ´cluster´ de golfe no país", diz Alexandre Zubaran, diretor-presidente da Costa do Sauípe, o maior resort do país. O crescimento do número de visitantes e também de praticantes do esporte já faz Sauípe planejar, para 2006, a ampliação de seu campo de golfe de 18 para 27 buracos. Com o aumento, os hóspedes não precisarão se privar do esporte quando o resort estiver sediando torneios. O investimento ainda não está definido, mas Zubaran diz que a assinatura de um arquiteto para um novo campo chega a custar R$ 1 milhão. A distância total entre Sauípe, Iberostar e Vila Galé é de apenas 25 quilômetros, o que viabiliza uma fator que é caro a quem joga golfe. "O golfista joga contra o campo. A proximidade vai facilitar isso", diz Zubaran. A Costa do Sauípe também quer integrar essa zona com o Terravista Golf Hotel, localizado em Trancoso, a 750 quilômetros de Salvador - que deverá ser inaugurado em agosto de 2006 e terá um campo de 18 buracos - e com o Hotel Transamérica Ilha de Comandatuba, que também tem seu campo de 18 buracos. Sauípe planeja ter sua própria pista de pouso para pequenos aviões, o que viabilizaria aos praticantes "jogar" contra esses campos, ambos no litoral sul, e potencialmente ampliaria o tempo de estadia dos hóspedes no resort. Os investimentos em novos campos de golfe na Bahia não se limitam aos ligados a grandes empreendimentos turísticos. Em Luís Eduardo Magalhães, no oeste do estado, a Pedra do Sonho Empreendimentos utiliza seu campo como um dos atrativos para vender imóveis e terrenos em parte de uma área que já foi lavoura de algodão. Segundo Luiz Eduardo Sampaio Moura, da Pedra do Sonho, o campo puxou as vendas de quase 60 dos 100 terrenos do Residencial Soya, lançado na semana passada. "Tem muita gente interessada (no esporte) na região. Já temos 35 adeptos, e alguns produtores estão com pequenas áreas para treino em suas próprias fazendas", disse Moura. Segundo ele, o campo, que terá nove buracos, está 70% pronto, com cinco dos buracos já liberados para os praticantes. Em princípio, sua utilização será restrita aos condôminos do Residencial Soya ou do Pedra do Sonho Residencial Cotton, outro dos empreendimentos do grupo, mas ele poderá também receber competições no futuro. O investimento total no campo será de R$ 2,5 milhões. As iniciativas das redes hoteleiras e de condomínios residenciais de montar seus próprios campos ajudam a popularizar o golfe para além dos limites de clubes que se dedicam exclusivamente à prática do esporte. "O caro do golfe é o título do clube", diz Zubaran, da Costa do Sauípe. Os preços desses títulos variam muito, podendo custar de US$ 400 a US$ 10 mil.