Título: AmBev reduz lucro com fechamento de fábrica no Canadá
Autor: Daniela D'Ambrosio
Fonte: Valor Econômico, 05/05/2005, Empresas &, p. B11

Apesar do crescimento das vendas e do bom resultado operacional, a AmBev registrou lucro líquido consolidado de R$ 144,2 milhões no primeiro trimestre de 2005, queda de 52,7% em relação aos primeiros três meses do ano passado. O lucro líquido por ação recuou 67,4%, para R$ 2,65. Essa queda, segundo João Castro Neves, diretor financeiro da companhia, continua refletindo a amortização do ágio decorrente da transação da Labatt no valor de R$ 334 milhões - que afetou o resultado financeiro da companhia desde a aliança com Interbrew - . Nesse trimestre foram adicionados R$ 178,8 milhões referentes ao provisionamento de verbas de rescisão pelo fechamento da fábrica da Labatt em Toronto, anunciada no início de abril. "Não fosse pela provisão, o lucro teria crescido 6% em relação ao primeiro trimestre do ano passado", disse Neves. Operacionalmente, contudo, os resultados são positivos. A receita líquida consolidada no período totalizou R$ 3,6 bilhões, 55% acima dos primeiros três meses do ano passado. No Brasil, a receita líquida de cerveja cresceu 24,9%. "Tivemos um crescimento de 7,3% do mercado de cervejas, além da retomada do segmento premium", disse Neves. Segundo a companhia, a marca Bohemia teve um aumento de volume de 23,1% e Original, de 28,4%. O lajida (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 1,5 bilhão, 62,4% maior do que no mesmo período de 2004. As operações da Labatt no Canadá continuam com resultados inferiores às demais. A receita líquida teve uma queda de 0,5% em relação ao primeiro trimestre de 2004 e o volume geral de vendas queda de 8%, em função do fim de um contrato de envase e da retração de 23,2% nos volumes de exportação das marcas da Labatt para InBev USA. Mas o lajida da Labatt cresceu 32,2% no período. "São resultados positivos se considerarmos que é um mercado estagnado e que a sazonalidade nesse período é muito forte, em função do rigoroso inverno no Canadá", disse Neves. A operação de refrigerantes teve aumento da rentabilidade: sua receita por 100 litros cresceu 10,7%. As despesas com vendas e marketing de refrigerantes cresceram 8,1% no trimestre, contra 2,3% de cerveja. "Esse segmento está ganhando peso no nosso portfólio e queremos reforçar nossas marcas."