Título: "A falência já pode ser pedida", diz Vânio Aguiar
Autor: Altamiro Silva Júnior
Fonte: Valor Econômico, 06/05/2005, Finanças, p. C1

"Já temos elementos para pedir a falência do Banco Santos", disse ao Valor Vânio Aguiar, nomeado pelo Banco Central como liquidante do banco de Edemar Cid Ferreira. Os ativos do banco, segundo Aguiar, podem cobrir menos de 25% dos passivos. Aguiar não disse, porém, quando o pedido pode acontecer. O liquidante confirmou que o Banco Central já está desocupando o luxuoso edifício sede do Banco Santos, localizado na Marginal Pinheiros, em São Paulo. O que restou da instituição de Edemar está sendo transferido para o prédio ao lado, da Santos Asset Management (SAM), que pertence a uma das empresas ligadas ao Banco Santos. A sede do Banco Santos pertence à construtora JHSF Engenharia e à Partage Empreendimentos e Participações. O prédio tem oito andares e está em um terreno de 11 mil metros quadrados, numa área nobre da cidade de São Paulo. O aluguel custava R$ 1,2 milhão por mês, mas no ano passado, antes da intervenção, o banco havia acertado um desconto de 50%, que valeria a partir de janeiro deste ano. Nas últimas semanas, o aluguel não vinha sendo pago pelo BC. Segundo Pierre Moreau, do escritório Moreau Advogados, que representa os donos do edifício, já foi feito um acordo de desocupação do prédio com o BC, que vai beneficiar as duas partes. O BC, que vai reduzir os custos do Banco Santos, e do donos do prédio, que vão ter de volta o imóvel. Segundo Moreau, com a decretação da liquidação extrajudicial, a mudança deve se acelerar. Ontem mesmo, parte das coisas já foram retiradas. O Banco Santos, que possuía perto de 900 funcionários antes da intervenção, tem em torno de 170 agora. Todos serão demitidos e alguns recontratados pelo Banco Central para ajudar a administrar o banco em liquidação, disse Vânio Aguiar. Os fundos da SAM vão passar para outro administrador, que está sendo decidido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O BC descobriu um patrimônio negativo de R$ 2,236 bilhões no banco. Os ativos somam R$ 750 milhões e os passivos, R$ 2,987 bilhões.