Título: Brasil e Argentina tentam coordenar setor produtivo
Autor: Raquel Landim
Fonte: Valor Econômico, 15/10/2004, Brasil, p. A-3

Os governos brasileiro e argentino promoveram ontem um encontro entre empresários dos dois países em uma tentativa de iniciar a coordenação dos setores produtivos. "É um discurso aberto, vamos ouvir como desenvolver a integração e quem sabe uma política industrial comum, afirmou o ministro das relações exteriores do Brasil", Celso Amorim. "Temos que procurar uma solução ao invés de ficar nos queixando. Os problemas do Mercosul se resolvem com mais Mercosul". De acordo com o ministro das relações exteriores da Argentina, Rafael Bielsa, os setores que tradicionalmente causam problemas na relação bilateral entre Brasil e Argentina, como têxteis, eletrodomésticos e calçados, representam apenas 15% do comércio dos dois países. "Queremos gerar mecanismos institucionais para evitar que setores minoritários projetem uma imagem negativa em toda a relação bilateral". Bielsa espera que à medida que a situação da economia da Argentina equilibrar irão desaparecer as cotas impostas pelo país para alguns produtos brasileiros. O ministro minimizou o desvio de comércio que a cota argentina para geladeiras brasileiras está provocando. Conforme noticiou o Valor, o Brasil está perdendo uma parte de suas exportações de geladeiras para a argentina para fornecedores como o México e Chile. "O Chile é membro associado do Mercosul e o México já solicitou seu ingresso como membro pleno. Estamos fomentando a ampliação do bloco". O encontro promovido pelos governo brasileiro e argentino - um jantar em São Paulo - reuniu cerca de 20 empresários ontem com objetivo de fomentar a criação de um conselho empresarial privado do Mercosul. Pelo lado brasileiro estavam, entre outros, Paulo Setúbal Neto, da Duratex, Benjamim Steinbruch, da CSN e Josué Gomes da Silva, da Coteminas. Já pela Argentina marcaram presença Alberto Gaiani, presidente da União das Indústrias Argentinas e Juan Manuel Forne, da Molinos Rio de La Plata.