Título: Fim da verticalização não garante aliança, diz Rigotto
Autor: Cristiane Agostine
Fonte: Valor Econômico, 10/05/2005, Política, p. A8

O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), analisa que o possível apoio do PT ao fim da verticalização não garantirá o PMDB como aliado na chapa de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006. Rigotto afasta a possibilidade de sua sigla renunciar à candidatura própria para disputar a Presidência. "Estão prevendo uma candidatura própria e querem um acerto PMDB-PT que fortaleça a candidatura de Lula e enfraqueça a do PMDB em nível federal. Mas aceitando o fim da verticalização, o governo reconhece que o PMDB caminha para ter candidato próprio", disse ontem, na sede da Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base, em São Paulo. O governador pemedebista deve se encontrar com o presidente Lula ainda nesta semana. Além da verticalização, outro tema da pauta é a reforma tributária. Ex-presidente da Comissão de Reforma Tributária no Congresso, Rigotto defende três pontos que não chegaram a consenso junto ao governo: mudanças no fundo da Lei Kandir, no seguro receita e no fundo de desenvolvimento regional. "Fica muito difícil acreditar que a reforma vai avançar no Congresso Nacional sem essas mudanças. Tem que haver vontade política de avançar nesses três pontos." Rigotto criticou as gestões de Lula e de Fernando Henrique Cardoso por votarem "remendos" em vez de uma reforma tributária: "Os governos se sucederam e sempre falaram da reforma, mas só votaram remendos fiscais, que na verdade aumentaram a carga tributária e os recursos no cofre da União. O governo federal começou bem, com proposta estruturante, mas passou a receber pressões e se preocupou a votar só aquilo que lhe interessava."