Título: Elogios aos latinos
Autor: Verdini, Liana
Fonte: Correio Braziliense, 30/03/2010, Economia, p. 20

GLOBALIZAÇÃO

FMI reconhece esforço da região ao superar a crise mundial antes da Europa e dos EUA

O diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, elogiou a capacidade da América Latina e da África de amenizar o impacto e superar a crise mundial, que abalou a Europa e os Estados Unidos. A informação é da agência AFP. Quando você olha para a América Latina e para a África, se sente surpreso, declarou o diretor do FMI durante discurso na Escola de Economia de Varsóvia. A América Latina é um lugar onde sempre havia problemas. Mas, desta vez, não foi tão afetada pela crise. Em primeiro lugar, viu-se protegida pelo fato de que seus bancos não estavam muito interconectados com o sistema financeiro global.

A declaração do diretor-geral do FMI encontra respaldo nas análises de organismos internacionais sobre o desempenho da economia mundial. A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), por exemplo, prevê que a América Latina, como um todo, encerrará o ano de 2010 apresentando crescimento econômico de 4,1%, desempenho que será puxado pelo Brasil, com avanço de 5,5%.

Para Strauss-Kahn, embora a recente crise financeira tenha exposto algumas deficiências no quadro institucional europeu, existe agora uma oportunidade de fortalecer a integração e a cooperação em todo o continente. Agora, é a hora de levar o projeto europeu para um novo nível, um patamar mais elevado, afirmou o representante do FMI.

Qualidade

Ele considerou ter havido uma subida expressiva dos padrões de vida nos países em transição ao longo dos últimos 20 anos. Isso é o mais importante: a integração tem melhorado a qualidade de vida das pessoas, disse. Strauss-Kahn frisou que a Europa precisa adotar ações em três áreas, prioritariamente na financeira, em que deve haver uma estrutura integrada para prevenção de crises, uma coordenação das políticas econômicas e ações para reativar o crescimento econômico e combater o desemprego.

GRÉCIA TESTA A CONFIANÇA A Grécia captou recursos no mercado de capitais ontem pela primeira vez desde que líderes da Zona do Euro concordaram com um plano de segurança financeira ao país. Mas o pacote de resgate não foi suficiente para reduzir os juros cobrados pelo mercado. O bônus de 7 anos, com volume de 5 bilhões de euros (US$ 6,72 bilhões), foi o primeiro teste da confiança do mercado após os 16 países da região costurarem, na semana passada, com o Fundo Monetário Internacional (FMI), um mecanismo de ajuda à Europa como último recurso ao país. A emissão teve muito menos demanda do que as operações anteriores, de 10 anos, devido à proximidade com a Páscoa, mas também pela expectativa de que os juros dos bônus gregos não devem diminuir. A agência de classificação de risco Fitch declarou que vai manter a perspectiva negativa sobre a dívida soberana da Grécia.