Título: Serra revida ataques contra vice e recebe apoio de Pitta
Autor: César Felício
Fonte: Valor Econômico, 18/10/2004, Política, p. A-6

Começou a reação dos aliados do candidato tucano à prefeitura de São Paulo, José Serra, aos ataques do PT ao candidato a vice, Gilberto Kassab (PFL) e ao governador Geraldo Alckmin (PSDB). Os tucanos conseguiram a proibição na Justiça a que os petistas mencionem Alckmim em sua propaganda de rádio e TV. A presença do PFL na campanha de Serra será reforçada na próxima terça, quando o candidato vai visitar a Zona Leste da cidade, com o prefeito reeleito do Rio, César Maia. É uma maneira de atenuar os efeitos dos ataques da campanha da adversária, a prefeita e candidata à reeleição Marta Suplicy (PT), ao candidato a vice na chapa de Serra, Gilberto Kassab, que nunca está presente nos atos de campanha do tucano e é descrito como "braço direito de Celso Pitta", por ter sido secretário de Planejamento do prefeito da cidade mais impopular em toda sua história. A reação pefelista começou ontem pela internet, com uma nota divulgada pelo presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), na página do partido. "Gilberto Kassab (...)age com correção, equilíbrio e dignidade na campanha eleitoral em São Paulo. As calúnias e as agressões mostram o comportamento antidemocrático e o desespero da candidata com a derrota que está batendo à sua porta", afirma a nota. O contra-ataque, contudo, deve ser prejudicado pela decisão do próprio Celso Pitta em se manifestar publicamente ontem. O ex-prefeito divulgou uma nota à imprensa em que afirmou que votou em Serra no primeiro turno e votará no segundo. "Entendo ser a melhor opção para São Paulo. Depois de toda essa propaganda do PT em torno da minha pessoa, decidi permanecer na cidade durante o feriado prolongado a fim de lhe garantir o meu voto"disse Pitta. O ex-prefeito afirmou que Kassab foi seu secretário por indicação do PFL, que integrou a coligação de partidos políticos que o elegeu. "Se dependesse de mim, a escolha seria outra, assim como se dependesse de Serra, acredito, segundo informações veiculadas na imprensa, a escolha do seu vice também seria outra", disse Pitta . Em campanha ontem pela periferia da Zona Leste, antes de saber da manifestação de Pitta, Marta Suplicy seguiu com a estratégia de focar suas críticas em Kassab. Após apresentar a população seu vice, Rui Falcão, Marta atacava o vice do candidato do PSDB nos comícios. Ontem, Serra classificou de bobagem a estratégia do PT de associar Kassab a Pitta. "Eles são muito mais ligados ao esquema Pitta do que qualquer outro setor político em São Paulo hoje em dia", afirmou. Durante os discursos, Marta também aproveitou para criticar a Febem, administrada pelo governador do Estado, Geraldo Alckim. Segundo Marta, "Serra mostrou no horário eleitoral que não quer continuar com os CEUs". Ela também reforçou a idéia de que é realizadora e os tucanos só sabem criticar. Em seus quatro comícios-relâmpago que realizou ontem, Marta escolheu regiões da cidade onde construiu CEUs, como Cidade Tiradentes e, Guaianases . Segundo o presidente do PT, José Genoíno, o comício-relâmpago - nos quais a candidata não permanece mais que 10 minutos - serão a estratégia do segundo turno. "A fase dos apoios acabou. O fundamental agora é a campanha de rua".(com agências noticiosas)