Título: EUA têm cinco novos títulos no forno
Autor: Eliane Sobral
Fonte: Valor Econômico, 13/05/2005, Empresas &, p. B7

As mulheres inglesas, dizem as estatísticas, são mais obsessivas com as celebridades do que as americanas. Cerca de 3 milhões de revistas de celebridades são vendidas na Inglaterra por semana. Nos Estados Unidos, país com uma população cinco vezes maior, são 7,3 milhões. Os editores acreditam que os americanos não estão bem servidos e que eles possuem tanto apetite por fofoca quando os ingleses. Essa é a razão pela qual mais títulos serão lançados. A "InsideTv", publicada pela Gemstar-Tv Guide Internacional, estreou em abril, e dedica suas páginas aos artistas da televisão. O título une-se a mais cinco outros semanais sobre a vida das celebridades: "People", "Us Weekly", "Star, In Touch" e "Life & Style". Outros virão. O grupo American Media colocou em teste a "Celebrity Living". Em agosto deste ano, Richard Desmond irá lançar uma edição americana da revista popular britânica "OK!". A Bauer Publishing, que já vende "In Touch" e "Life & Style", planeja lançar outro título. Até agora, o mercado tem absorvido esses novos participantes. John Loughlin, presidente do grupo TV Guide Publishing, afirma que a circulação das revistas existentes está crescendo, apesar da chegada dos títulos mais recentes. As mulheres jovens querem toda informação possível sobre as modelos prediletas e estão dispostas a comprar muitos títulos, por semana. Isto é uma benção para a indústria editorial. "As celebridades injetaram pura adrenalina nas veias das revistas semanais", disse Peter Kreisky, um consultor de mídia. Particularmente surpreendente é a força dos 31 anos da revista "People", da Time Warner, que é a mais lucrativa do mundo. Ela não perdeu espaço para as estreantes e ainda vende 3,7 milhões de cópias por semana. Ao contrário da britânica "Hello!", que perdeu quase um terço da sua circulação nos últimos oito anos, enquanto os títulos de celebridades multiplicaram. A circulação e os anúncios ainda crescem na People. E a revista alcançou isso sem mudar a fórmula. Enquanto os novos títulos fazem sua aparição, a indústria observa o quão gentis ou indecentes eles serão com as celebridades. "Celebrity Living" é a mais cordial do que a sua irmã, a "Star". Por ainda estar indo bem, "People" pode se permitir olhar para as suas rivais com desdém, já que elas manipulam suas imagens, confiam demais em informações dadas por garçons e funcionários de hotel e, às vezes, inventam histórias para intimidar celebridades a concederem uma entrevista. Há uma razão para essa postura "mais nobre", já que os anunciantes querem exibir seus produtos ao lado de beleza e glamour e tendem a ficar longe da fofoca baixa da Star. As mulheres americanas, porém, parecem felizes em obter notícias sobre celebridades de qualquer forma - verdadeira, falsa ou cruel.