Título: Falência do Santos sai em até 30 dias
Autor: Altamiro Silva Júnior
Fonte: Valor Econômico, 13/05/2005, Finanças, p. C3

O pedido de falência do Banco Santos não deve demorar. Segundo Vânio Aguiar, nomeado pelo Banco Central como liquidante do banco de Edemar Cid Ferreira, em um cenário otimista, o pedido deve ser feito nos próximos 15 ou 20 dias. Já em um cenário mais pessimista, deve demorar no máximo uns 30 dias. Segundo Aguiar, o BC não está se guiando pela data de 9 de junho para pedir a falência do Banco Santos, como querem os credores da instituição. Neste dia entra em vigor a nova Lei de Falências, que permite que eles participem de um eventual processo de recuperação do banco e tenham mais chances de recuperar os créditos. "O Banco Central não pode se orientar por esta data, mas sim pelo término de preparação da documentação necessária", disse o liquidante ao Valor. Aguiar destacou que a preparação dos papéis exige um "trabalho pesado", mas que já está bem encaminhada e próxima do fim. Ontem, foi anunciado um leilão de 5 mil equipamentos que ficavam dentro da luxuosa sede do Banco Santos, na Marginal Pinheiros, em São Paulo. O leilão deve movimentar, no mínimo, R$ 1,5 milhão. O contratado pelo BC foi o leiloeiro Rodrigo Santoro. Segundo ele, a quantidade (e a qualidade) dos bens impressiona. São cerca de 600 computadores, 60 notebooks, 12 jogos de sofás de couro, várias TVs de plasma, monitores e duas mesas de operação completas. Os lances podem sem feitos pela internet (www.superbid.net) ou pessoalmente, na sede do Banco Santos, em São Paulo. Tanto on-line quanto pessoalmente, as chances de levar o bem serão as mesmas. O leilão termina dia 24. Para o notebook, o lance mínimo é de R$ 1,5 mil; para monitores de computador, de R$ 100. O leilão é aberto para pessoas físicas e jurídicas, de todo o Brasil. O dinheiro será incorporado à massa falida do banco. As cobiçadas obras de arte de Edemar (incluindo manuscritos de Einstein e mapas) não vão entrar neste leilão. A razão é que elas estão em nome de empresas offshores. No início de março, a Polícia Federal prendeu bens (incluindo várias destas obras de arte) avaliados em mais de R$ 20 milhões na casa do banqueiro. O BC decretou a liquidação extrajudicial do Santos no dia 4. Foi descoberto um passivo de R$ 2,987 bilhões e um patrimônio negativo de R$ 2,236 bilhões.