Título: Lula viaja a Curitiba e promete apoio para Luizianne
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Fonte: Valor Econômico, 18/10/2004, Política, p. A-7
A participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas campanhas eleitorais dos 24 candidatos do PT que disputam o segundo turno será explorada, em cada cidade, de uma forma distinta, de acordo com o perfil dos candidatos, apesar de as pesquisas do partido apontarem que o apoio do presidente é sinônimo de mais votos, em qualquer circunstância. A candidata em Fortaleza, Luizianne Lins, por exemplo, que não teve o apoio da cúpula do partido e do presidente no primeiro turno, quer evitar a nacionalização de sua campanha, ao contrário da candidata à reeleição em São Paulo, Marta Suplicy e do candidato do PT em Curitiba, Ângelo Vanhoni. A coordenação da campanha de Luizianne não descarta a presença de Lula em Fortaleza, mas, por enquanto, só está confirmada a utilização de uma gravação do presidente no programa de TV. Marta fala muito de Lula e do governo federal. Em sua campanha, discursos e debates, tem deixado em segundo plano a sua administração e seus programas do futuro para levar a disputa ao embate nacional com seu adversário do PSDB, José Serra, cujas relações com personagens da política nacional também faz questão de explorar. Tanto em São Paulo como em Curitiba, o segundo turno é travado entre tucanos e petistas e a tendência à nacionalização é mais forte. Na capital paranaense, o governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, em sua primeira atividade fora do Estado, foi hostilizado por petistas ao participar no sábado de uma caminhada com o tucano Beto Richa. Ontem, o candidato recebeu a visita do ministro da Educação, Tarso Genro, que minimizou o fato do petista ter terminado o primeiro turno atrás do tucano . Hoje, será a vez do próprio presidente entrar na campanha curitibana, participando de uma solenidade na capital do Estado. Lula almoça com o governador Roberto Requião, visita um laboratório farmacêutico estatal e grava para o programa de televisão de Vanhoni. "Eu não queria transformar essa eleição num plebiscito nacional do governo. A política global e a macroeconomia interferem, mas nesta eleição o debate está muito centrado na cidade", justificou Luizianne Lins, na última sexta-feira, após encontro com o presidente Lula, em Brasília. Para a petista, "está mais que provado por pesquisas qualitativas" que o eleitor busca um "gerente para a cidade". Os ministros que foram a Fortaleza para trabalhar pela candidata petista, tanto no primeiro turno, quando a cúpula do partido apoiava o aliado candidato do PCdoB, quanto os que irão neste segundo turno - ontem mesmo já estava lá o ministro Patrus Ananias, do Desenvolvimento Social - vão destacar a capacidade de Luizianne para fazer um bom governo e a equipe com que pode contar.