Título: MST cobra do governo meta de assentamento
Autor: Taciana Collet
Fonte: Valor Econômico, 17/05/2005, Brasil, p. A4

Com uma pauta de reivindicações que será apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) faz hoje uma grande manifestação, com 15 mil participantes, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Um "ato político, cultural e ecumênico" em frente ao Congresso Nacional será o ponto alta da Marcha pela Reforma Agrária, que percorreu 220 quilômetros de Goiânia (GO) à capital federal, em duas semanas. Os sem-terra, que estão acampados no estacionamento do Estádio Mané Garrincha, vão cobrar do governo federal o cumprimento da meta de assentamento de 400 mil famílias até o fim do mandato de Lula. "Pelo andamento das coisas, o presidente já está em débito com sua promessa", ressaltou Valdir Misnerovicz, da direção nacional do MST. "A atual política econômica inviabiliza a reforma agrária e só beneficia o capital financeiro." Os manifestantes começam os protestos na porta da Embaixada dos Estados Unidos para um ato simbólico contra o imperialismo. Depois, seguem para o Ministério da Fazenda para uma manifestação contra a política econômica. A seguir, farão um ato público em frente ao Congresso Nacional. Uma comissão dos sem-terra será recebida pelos presidentes da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pela manhã. Os manifestantes pedirão a aprovação do projeto de lei que permite ao povo a convocação de plebiscito e da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que autoriza a expropriação das terras com trabalho escravo. O encontro com o presidente Lula será no fim da tarde. O MST pede ainda uma reestruturação do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) com a contratação de 4 mil servidores.