Título: Vega é a maior doadora de campanha
Autor: Janaina Vilella
Fonte: Valor Econômico, 18/10/2004, Política, p. A-8

Com uma contribuição total de mais de R$ 660 mil, as empresas do setor de engenharia e construção foram as grandes financiadoras da campanha do prefeito reeleito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL). O segundo setor que contribuiu mais foi o financeiro, com R$ 400 mil. De acordo com a prestação de contas divulgada ontem pela equipe de Maia, sua campanha teve uma receita total de R$ 2.686.516,82 enquanto o gasto total resultou em R$ 2.492.287,04, o que gerou uma sobra de caixa de pouco mais de R$ 194 mil. De acordo com os dados divulgados, a maior receita veio do próprio partido do prefeito, o PFL, que contribuiu com R$ 743 mil para a campanha de reeleição de Maia. Entre as pessoas físicas, no entanto, a maior contribuição veio de um tucano, o secretário municipal de Saúde Ronaldo Cezar Coelho, que colaborou com R$ 100 mil para a reeleição do prefeito. As contribuições do secretário geraram críticas dos opositores de Maia durante o último debate televisivo antes da eleição, decidida no primeiro turno. Os adversários questionaram o fato de Maia ter dito que iria manter como secretário um dos principais financiadores de campanha. Maia disse que o apoio do secretário, se ocorresse, seria bem-vindo porque ele não teria o apoio de nenhum setor econômico e não faz acordos com empresários. A empresa a fazer a maior contribuição foi a Vega Engenharia Ambiental, que colaborou com R$ 200 mil. A Vega atua na área de coleta de lixo no Rio de Janeiro e em São Paulo. Outras do setor de engenharia colaboraram, como a Ambiental (R$ 66, 7 mil), a Geomecanica (R$ 30 mil) e a Pert (R$ 20 mil). Empresas do setor imobiliário também fizeram grandes contribuições como a Expand Investimentos Imobiliários, que doou R$ 150 mil; a Carvalho Hosken (R$100 mil) e a Brascan Incorporações (R$ 100 mil). O setor financeiro também fez colaborações relevantes para a campanha do prefeito do Rio. As maiores doações foram do Itaú, do Unibanco e da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), que contribuiram, cada um, com R$ 100 mil. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) doaram R$ 50 mil, cada. No setor de papel e celulose, houve doação da Klabin, que destinou R$ 150 mil à campanha, e da Aracruz, de R$ 8,8 mil. Entre as empresas de petroquímica, as colaborações foram da Ipiranga - da família do presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvea Vieira - que doou R$ 150 mil, e da Unipar Petroquímica (R$ 60 mil). Outras empresas que doaram para a campanha foram a Diagnósticos da America (R$ 50 mil) e a ESI do Brasil (R$ 80 mil).