Título: Petrobras bate novo recorde de produção no país
Autor: Cláudia Schüffner
Fonte: Valor Econômico, 17/05/2005, Empresas &, p. B8

A Petrobras bateu seu recorde de produção de petróleo no dia 12 de maio, quando foram produzidos no país 1,819 milhão de barris. O recorde anterior, de 25 de abril, foi de 1,791 milhão de barris/dia. Deixando para trás a má fase de 2004, quando registrou queda de 3% na produção, agora o diretor financeiro da estatal, José Sérgio Gabrielli, comemorou ontem o fato de a empresa ter se tornado exportadora líquida, com 28 mil barris/dia no primeiro trimestre, o que equivale a um saldo de aproximadamente US$ 100 milhões quando deduzidas as importações das exportações de óleo e derivados. "Há previsão de nos tornarmos exportadores líquidos, inclusive de gás, em 2005", adiantou o diretor da Petrobras, explicando que isso vai acontecer à medida que aumentar a produção nacional de petróleo, que no Brasil é extraído junto com gás. Hoje o país é importador líquido de gás, tendo um contrato que prevê a compra de 30 milhões de metros cúbicos/dia da Bolívia. Enquanto as importações de petróleo caíram 20%, de 450 mil barris dia no quarto trimestre de 2004 para 322 mil barris/dia no primeiro trimestre, as importações de derivados decresceram de 109 mil barris para 46 mil barris diários no mesmo período. As exportações também caíram entre o último trimestre do ano passado e os três primeiros meses de 2005. Entre as causas dessa performance está a maior utilização do petróleo pesado nacional pelas refinarias Replan, Repar, Reduc e Regap. Outro componente que ajudou o lucro foi a alta dos preços do petróleo. Enquanto a commodity produzida no país foi repassada para as refinarias e exportada por US$ 47,48 o barril, em média, o preço médio de realização (PMR) da Petrobras - preço que reúne a média dos diversos derivados produzidos por ela - ficou em US$ 49,82 por barril no primeiro trimestre. Esse valor é acima do preço médio do petróleo tipo Brent, que foi de US$ 46,38 por barril. A Petrobras destacou que seus preços aumentaram 6,6% em relação ao último trimestre de 2004. Ontem o diretor financeiro não descartou a possibilidade de novas emissões no mercado para diversificar sua base de investidores. Segundo ele, podem ser emitidos "commercial papers" no mercado americano ou "commercial loans" no mercado internacional, de modo a ter linhas em "stand by", de curto prazo e custo menor. "Não precisamos de dívida nesse momento, mas precisamos diversificar a nossa base de investidores, o que permite acesso a fontes de financiamento em momentos difíceis", explicou. Gabrielli adiantou que para atingir esse objetivo a Petrobras pretende acessar mercados asiáticos ainda inexplorados, como o da China, "tendendo a fazer operações que envolvam investidores fora do mercado americano", ressaltou o diretor.